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Em plenária, bancários debatem a reestruturação do Banco do Brasil

11/01/18

O Sindicato dos Bancários do RN reuniu bancários e bancárias do Banco do Brasil em uma plenária na última quarta-feira (10/01), para discutir a reestruturação do banco a partir do Programa de Adequação de Quadros (PAQ), além de repassar a conversa que a diretoria do Sindicato teve com a superintendência do BB. Participaram da mesa os diretores Juvêncio Hemetério, Alexandre Cândido e Dr. Oderley Rezende, advogado do Sindicato.

Divulgado no início do ano, o PAQ se mostra em um programa que pretende, segundo o comunicado oficial, “regularizar os quadros das agências”, com “medidas que promovem remoção, incentivam movimentação e, como última medida, há ainda a possibilidade de desligamento voluntário”. E também “a movimentação de pessoas seria parte das ações para melhorar o atendimento”, e “poderá permitir ascensão de um grande número de caixas e escriturários”.

O objetivo do Banco do Brasil é evidente: reduzir o quadro de funcionários sob o argumento de ter excedentes em certos setores da instituição, a fim de obter lucro cada vez maior e preparar o terreno para a privatização. O banco também se mostra cada vez mais propenso a fechar as agências físicas, ao esvaziar as suas unidades e com investimento cada vez maior em escritórios virtuais, e atendimento via telefone. 

A diretoria do Sindicato conversou com a superintendência do banco no dia 9 de janeiro de 2018, e constatou que o PAQ é visto como algo positivo, onde “todo mundo vai estar garantido”. Mas, não é bem assim. “Apesar de haver vagas, não vai dar para todo mundo, escriturários e caixas, nas comissões. Mas, não vai acontecer essas comissões”, disse Juvêncio. A diretoria também questionou sobre o critério para realocar o bancário para outra agência, e a resposta foi “pontuação”. Ou seja, os cursos e experiências do funcionário vão contar para a transferência de uma determinada agência para outra, como eles dizem “tirar de onde tem ‘muito’, para onde tem pouco” - apesar de sabermos que todas as agências da praça são carentes de funcionários para dar conta da alta demanda de atendimento. Sobre o plano de incentivo a demissão, a superintendência disse que não é prioridade colocar ninguém para fora, mas sabemos que é uma imposição para reduzir.

Segundo Dr. Oderley Rezende, o banco aproveita a nova legislação trabalhista para instituir o PAQ, além dos programas de incentivo a demissão e aposentadoria. “A CLT diz que não pode ser transferido de forma unilateral. Se o Banco do Brasil quiser, ele não pode. Teria que ter anuência do funcionário”, explicou o advogado.

A situação no Banco do Brasil é de enxugamento e desmonte, com limitação de funções e diminuição de funcionários. Isso serve para desagregar o funcionalismo. Esse ataque é um passo para o que vem depois, não vai parar por aí. Na verdade, não tem excedidos, pois há falta de pessoal no Banco do Brasil, assim como na Caixa, e isso é a prova de que eles não pretendem contratar. Nos últimos anos só entraram os concursados devido as vias judiciais, pois o BB tirou cerca de 9 mil funcionários e continua fechando agências. “Isso realmente é só a ponta do iceberg. Pode vir algo bem pior. O Michel Temer tem um ano ainda para vender o Brasil. O ambiente está propicio para isso acontecer, com a população completamente apática. O banco enxugando pessoal para ser vendido, enquanto o Itaú e o Bradesco espumando pela boca para comprar o Banco do Brasil e a Caixa. Estamos voltando a época da Revolução Industrial, onde os trabalhadores trabalhavam durante 12 horas de trabalho sem direito algum. Então, por isso temos que ir a luta e não podemos desanimar”. Disse Cesário Neto, funcionário do Banco do Brasil.

A mobilização e o senso de união da categoria é importante neste momento para barrar mais ataques que estão por vir. Durante a plenária foi decidido que na quinta-feira (11/01), será realizado um ato público em frente a agência Centro do Banco do Brasil, para denunciar os ataques do Governo Temer, através da Reforma Trabalhista e dos banqueiros que continuam com a retirada de direitos.