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Vigilantes fazem greve forte contra retirada de direitos

06/03/18

Os vigilantes do RN estão dando uma verdadeira aula de luta e resistência contra a Reforma Trabalhista. Em greve desde o dia 26 de fevereiro, eles enfrentam além de patrões poderosos o apoio do judiciário que vem pressionando e tentando enfraquecer o movimento.
Já no primeiro dia de greve o Sindicato foi multado em R$ 100 mil e multa pessoal para o presidente do Sindicato, Pablo Henrique, de R$ 2 mil, ambas por dia. A decisão teve origem após um interdito proibitório impetrado pela Caixa Econômica Federal e depois estendido ao Banco do Brasil. Na audiência de conciliação ocorrida na terça, o Sindicato dos Bancários do RN ficou proibido de participar de piquetes nestes dois bancos e os vigilantes proibidos de paralisarem os carros-fortes. Em troca, conseguiram a suspensão das multas.
Para Pablo a greve está crescendo a cada dia. “Os vigilantes estão se conscientizando e estamos respeitando as decisões judiciais, mas a consciência dos vigilantes está se ampliando”, avaliou. Juvêncio Hemetério, diretor do Sindicato dos Bancários do RN também destaca a adesão espontânea dos trabalhadores. “A consciência dos trabalhadores é forte, mas a organização dos patrões também é. Está sendo uma greve dura”, disse.
No terceiro dia grevistas ocuparam o Shopping Midway, como forma de dar visibilidade ao movimento e também para tratar diretamente com os colegas que ainda não teriam aderido à greve. Eles ainda fizeram manifestações na Interforte e no Ministério Público do Trabalho. E conseguiram na Justiça uma importante decisão: as empresas ficaram proibidas de contratarem trabalhadores temporários para cobrir os postos dos grevistas.
 
Saiba mais
Em campanha salarial desde o final de 2017, os vigilantes do RN pedem a manutenção das cláusulas existentes no ACT, inflação mais 3% de ganho real, aumento no vale-refeição de R$ 13 para R$ 17 e o pagamento integral do Plano de Saúde pela empresa.
Os patrões oferecem reajuste de 1,81% tanto no salário quanto no vale-refeição, a devolução de todos os dirigentes sindicais às empresas, suspensão do desconto sindical em folha e ainda pretende implantar todas as mudanças impostas pela Reforma Trabalhista. Isso irá significar um retrocesso sem tamanho, não só para os vigilantes, como para os trabalhadores em geral. Vejamos: a escala de trabalho que hoje é de 12/36 passaria a ser de 12/12, retirada do descanso semanal remunerado, implantação do trabalho intermitente, diminuição do horário de almoço de uma hora para 30 minutos (sendo apenas 15 deles remunerados, fim da hora noturna reduzida (perda de R$ 253), pagamento de feriados (R$ 183), fim do adicional noturno (R$ 53), fim do direito à reciclagem, fim do direito ao colete à prova de balas custeado pelas empresas, fim das homologações pelo sindicato, estas seriam feitas diretamente junto à empresa retirando dos trabalhadores todo poder de contestação das rescisões indevidas.