Homens brasileiros se tornaram notícia mundial após compartilharem imagens em que ridicularizam e assediam mulheres russas com palavras de cunho sexual, que elas nem sabem o significado. Após a exposição e algumas retaliações, como a demissão de um funcionário de uma empresa aérea identificado e a abertura de processo administrativo contra um policial de Santa Catarina, muitos correram para se desculpar e justificar como ‘‘brincadeira e excesso de álcool’’.

Vários processos estão sendo abertos, no Brasil e no exterior, para que as punições sejam aplicadas de forma exemplar. Depois do primeiro vídeo, de maior repercussão, outros vídeos surgiram, inclusive de ofensas a crianças.

Expor e constranger uma mulher em vídeo, como fizeram os brasileiros, não é brincadeira. Nem mimimi. É assédio. E todo assédio é violência.

O machismo no Brasil é cultural e mata. O país registra um estupro a cada 11 minutos; em média 10 estupros coletivos são notificados todos os dias no Sistema Único de Saúde; a cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de violência física. Com uma taxa de 4,8 assassinatos em 100 mil mulheres, o Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos: ocupa a quinta posição em um ranking de 83 nações, segundo dados do Mapa da Violência 2015, e os números vêm aumentando a cada ano. 

O que mudou é que agora as mulheres não aguentam mais caladas. Machistas não passarão!