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Mesa de enrolação permanente segue sem qualquer avanço

23/07/18

 Após comemorar a conquista de um calendário de negociação durante a segunda reunião da Campanha Salarial 2018, a CONTRAF CUT saiu da terceira reunião sem nenhum avanço. O encontro que serviria para tratar de Segurança e Condições de Trabalho (temas fundamentais para a categoria neste momento) só serviu para que os representantes dos trabalhadores apresentassem os números que a Fenaban já conhece. Banqueiros não apresentaram nenhuma solução.

Com a crise econômica, a segurança das instituições financeiras passou a ser assunto importante para a economia de vários municípios. O aumento do número de explosões e o fechamento de agências são temas constantes de audiência pública em todo o país, inclusive no RN.
A Fenaban sabe muito bem de onde vêm seus lucros exorbitantes (somente em 2017 o lucro dos cinco maiores bancos superou os R$ 75 bilhões). O aumento irreal das metas provoca constante adoecimento na categoria. Não à toa os bancos são responsáveis por 1% dos empregos formais no Brasil e por 4,7% dos trabalhadores adoecidos. O medo de perder o emprego, as metas inatingíveis e a pressão e o assédio vividos no dia a dia das agências já fizeram com que as doenças de cunho psicológico e emocional superem as LER DORT na categoria.
Entre os números alarmantes que o INSS expõe podemos ver a responsabilidade dos bancos em 1,2% do total de afastamentos do trabalho por transtorno depressivo recorrente, 18% por transtornos de ansiedade, 14,6% por reações ao estresse grave e 17,1% do total de afastamentos do trabalho por episódios depressivos.
É preciso que a Fenaban se comprometa com a manutenção dos empregos, tendo em vista os sucessivos anúncios de fechamento de instalações físicas, e com o fim das metas e do assédio moral.
Não é possível que a CONTRAF CUT, mesmo sabendo que os banqueiros estão com a nova Legislação Trabalhista a seu favor e tendo começado a Campanha Salarial de 2018 de forma atrasada e sem ouvir a base, ainda aceite a enrolação da Fenaban.
O tempo está passando. A ultratividade não é conquistada. Não há mobilização da categoria e o que vemos são os patrões empurrarem as negociações com a barriga para se garantir os benefícios da nova Legislação para eles.
O Sindicato dos Bancários do RN já iniciou as reuniões nas agências da capital e do interior no intuito de conscientizar a categoria de que só a luta poderá trazer algum avanço. Os bancários têm muito a perder, mas não vamos permitir que isso aconteça.