CONTRAF/CUT DÁ GOLPE EM BRASÍLIA E IMPEDE A GREVE NACIONAL!
31/08/18
Depois de criar um clima de medo e chantagem sobre os bancários, ameaçados de perder tudo, a Contraf/CUT e seus sindicatos conseguiu o que queria: garantiu uma verba milionária de “contribuição assistencial”, ainda maior do que o extinto imposto sindical, e vendeu os trabalhadores sem nem sequer iniciar a greve. O último capítulo desta novela que durou quase 3 meses, foi o golpe dado, junto com a Contec, nas bases que tinham democraticamente rejeitado o acordo e aprovado a deflagração de greve.
Depois de assembleias massivas, soberanas e em que a maioria da base optou pela greve como única forma de reabrir e avançar nas negociações, os sindicatos pelegos do DF, GO e PA refizeram as votações, em menos de 24h, sem ter havido nenhuma outra proposta. Para eles, funciona assim: tem votação até eles ganharem! Curioso que, diante do impasse de estados que aceitaram e rejeitaram a proposta dia 29, nenhum sindicato da Contraf/CUT onde houve a aprovação refez as assembleias no dia seguinte, para a base poder reavaliar. Em assembleias esvaziadas, com a base indignada e cansada da falta de democracia e desrespeito à votação, os sindicatos e sua claque de altos gerentes, aprovou o mesmo acordo que a base havia rejeitado.
Com isso, a greve acabou antes de começar! Não há mais como os sindicatos que seguem resistindo manterem um movimento que foi traído desde o início, cuja minuto do ACT na íntegra foi escondida até meia hora antes das assembleias e que já tem assinatura marcada para daqui a poucas horas, nesta 6ª-feira, 31/08. Uma data fúnebre para os
bancários, que terão o último dia de um Saúde Caixa garantido a todos os trabalhadores.
A partir de amanhã, com o novo acordo rebaixado assinado, nenhum novo empregado da caixa terá plano de saúde! Não houve nenhum compromisso de contratação de empregados e, como no último acordo bienal, os banqueiros e o governo terão um cheque em branco para PDVs sem limite, que devem colocar para fora mais dezenas de milhares de bancários. O futuro que nos espera, depois do acordo da Contraf/Temer/Fenaban, é o de descomissionamentos, mais adoecimentos no trabalho, sobrecarga recorde, exploração e perda de direitos.
Emprego em risco! Temer, Congresso, STF e Contraf liberam terceirização geral nos bancos!
A terceirização autorizada para atividades-fim pelo STF nesta semana foi chancelada pela Contraf! Como a reforma trabalhista, o acordado passa a se sobrepor ao legislado. Isso quer dizer que, se por um lado a lei de terceirizações liberou geral a demissão de bancários e sua substituição por terceirizados precarizados, a reforma trabalhista, que retira muitos direitos, colocou sobre o Acordo Coletivo a responsabilidade de vetar ou autorizar este ataque.
E, graças à Contraf, que não negociou uma única cláusula de estabilidade no emprego nem contra a terceirização em atividades-fim, a partir de 2ª-feira, os bancos poderão demitir em massa nos bancos privados e não fazer mais nenhum concurso nos públicos. Toda a nova mão de obra pode vir de terceirizados! É o mais grave ataque à nossa categoria como um todo, e foi a Contraf quem deu o tiro de misericórdia nos trabalhadores, depois do Congresso votar, Temer sancionar e o STF autorizar.
É preciso um outro movimento bancário. Contraf e Contec são inimigas dos trabalhadores.
Tão graves como os ataques dos patrões, é o papel dos sindicatos ligados à Contraf e à Contec, que mais uma vez foram os responsáveis por impedir os bancários de lutar, em troca de se manterem confortavelmente com os cofres cheios e a liberação sindical. Ficou provado, para quem ainda tinha dúvidas, que estas duas confederações agem em benefício dos patrões e de suas mordomias. Quando os governos eram de Lula e Dilma, não lutavam para proteger os governos amigos. Agora, por mais que escrevam contra o governo em seus materiais, se tornaram os melhores aliados também de Temer! Entregaram a greve de 2016 por nada, assistiram calados e imóveis, sem greve, todos os ataques de 2017 e nem iniciaram a greve em 2018. Temer foi o presidente que contou com a maior parceria sindical das últimas décadas, com a Contraf sendo sua parceira inseparável.
É urgente romper com estas centrais e todos seus fóruns, onde nada que interessa aos trabalhadores é aprovado ou executado. Nós, da Frente Nacional de Oposição Bancária, que reúne os sindicatos do Maranhão, Rio Grande do Norte e Bauru, e oposições em diversos estados, chamamos todos os trabalhadores, que heroicamente derrotaram suas direções em Brasília, Goiás, Pará, etc., e a todos os que se propuseram a lutar em todos os demais estados, a construir uma alternativa!
A FNOB é uma frente democrática e construída desde a base, que impulsiona as oposições país afora. E precisamos reunir todos os bancários que não suportam mais viver com salários arrochados, degradação das condições de trabalho e pressões cada vez maiores!
Perdemos esta batalha, mas nós somos a maioria: a base! Não vamos desistir! A luta continua!
FRENTE NACIONAL DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA!