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05/09/18
Não foi dessa vez. Após a Contraf CUT defender a aprovação da proposta rebaixada da Fenaban e passar por cima da decisão da base, os bancários do país inteiro estão entregues a própria sorte nos próximos dois anos.
O reajuste de 5% não cobre a inflação real, muito menos as perdas acumuladas. O acordo bienal deixa a categoria amordaçada e à mercê das reestruturações, descomissionamentos, fechamento de agências, assédio, sobrecarga de trabalho e desmonte dos planos de saúde.
Mas não nos enganemos, tudo isso tem um custo. Após a Reforma Trabalhista, que trouxe como único avanço o fim do imposto sindical, sindicatos e centrais pelegas, que há muitos anos deixaram de ser custeados de forma voluntária por suas bases, ficaram sem saber de onde retirar o financiamento. Em troca de uma campanha calma e sem enfrentamentos, a Contraf CUT saiu com um desconto assistencial obrigatório, apelidade de ‘‘taxa negocial’’, de 1,5% sobre a PLR e 1,5% sobre os provimentos. Como trata-se 2,2 salários, o valor será equivalente ao dia de desconto do imposto sindical. Fazendo com que os sindicatos que antes dependiam do governo, estejam agora nas mãos dos banqueiros.
O RN aprovou a assinatura do acordo sob protesto. Além disso, o Sindicato dos Bancários do RN protocolou ofício junto aos bancos para que o desconto não seja efetuado sobre os bancários do RN. Caso os bancos insistam no desconto, o SEEB RN irá devolver a parte que lhe é devida, como vinha fazendo há 15 anos com o imposto sindical.
Além do RN, Maranhão e Bauru, que compõem a Frente Nacional de Oposição Bancária, assembleias massivas e soberanas no DF, GO e PA optaram pela greve como única forma de reabrir e avançar nas negociações. Entretanto, os sindicatos pelegos refizeram as votações, em menos de 24h, sem ter havido nenhuma outra proposta. Para eles, funciona assim: tem votação até eles ganharem! Parece que aprenderam com a escola ‘‘Eduardo Cunha’’.
Todo nosso apoio aos colegas do BASA que estão enfrentando a pressão da Contraf CUT e marcaram greve a partir do dia 5 de setembro.
Continuaremos fazendo nosso parte na defesa dos bancários do RN, contra o desmonte dos bancos públicos e a superexploração dos trabalhadores do setor privado. Sindicalistas vendidos, não passarão!