Ganhe quem ganhar, nossa vida não vai melhorar! A saída é na luta e não nas urnas
01/10/18
Nas eleições, candidatos de todos os tipos ameaçam os direitos dos trabalhadores. Privatizações, Reforma da Previdência, cortes de verbas sociais e retirada de direitos trabalhistas são comuns a todos os principais candidatos. Dentre todos eles, porém, o candidato Jair Bolsonaro é o responsável pelas declarações mais absurdas, cheias de ódio a mulheres, negros, indígenas e LGBTs, além de ser explícito na intenção de privatizar estatais, cortar direitos (até mesmo o 13° salário e o adicional de férias, segundo seu vice) e reprimir o direito à manifestação e de lutar. Suas declarações machistas, misóginas, homofóbicas, preconceituosas e exaltadoras de um dos maiores torturadores da nossa história (Coronel Brilhante Ustra) mostram que um eventual governo de Bolsonaro seria marcado pela repressão e pelo ataque às conquistas que os oprimidos já obtiveram.
Além disso, Bolsonaro não tem nada de "contra o sistema". Ele se mantém há quase 30 anos no Congresso, tendo sido da base aliada dos governos Itamar, FHC e Lula, sempre em partidos tomados pela corrupção, como o PP, onde fez a maioria de sua carreira, sob as asas de Paulo Maluf, Delfim Neto e tantos outros corruptos e oriundos da ditadura. Um dos únicos projetos que Bolsonaro emplacou, conjuntamente com outros deputados, foi o que veta a assistência pelo SUS a mulheres vítimas de violência sexual. Seus projetos também são contra os trabalhadores. Votou a favor da Reforma Trabalhista e da Lei do teto dos gastos, e se absteve com relação à terceirização. Por tudo isso, #elenão!
Mas ele não é o único que significa ainda mais ataques e retrocessos. Ganhe quem ganhar, teremos que enfrentar a Reforma da Previdência e outros ataques. O PSDB fez a sua com FHC, o PT fez as dele com Lula e Dilma, e o que Temer não conseguiu fazer, será proposto pelo vencedor das eleições, seja ele quem for. Por isso, não basta apenas derrotar Bolsonaro. O PT passou 13 anos aplicando a política neoliberal do mercado contra as condições de vida dos trabalhadores e Haddad seria a continuidade de tudo o que levou Dilma a ser amplamente rejeitada pela população. O próprio crescimento da extrema direita raivosa se deve principalmente aos escândalos do governo de Frente Popular chefiado pelo PT.
Ciro Gomes tampouco é uma alternativa dos trabalhadores. É um exemplo de representante do coronelismo, de banqueiros e do retrocesso do atual governo. Já foi filiado ao PSDB e sua vice, Katia Abreu, conhecida como motosserra-de-ouro, é um ícone do latifúndio e da destruição ambiental. Da mesma forma, candidatos como Alckmin, Amoêdo, Meirelles, Marina e Álvaro Dias são farinhas do mesmo saco. Todos eles são representantes dos banqueiros, fazendeiros e grandes empresários.
De qualquer forma, não podemos deixar que o discurso do fascismo prospere. Não nos deixemos enganar com promessas e facilidades, nem com discursos de ódio e violência. Por isso, somos parte da campanha #elenão, e repudiamos Bolsonaro como um candidato que sintetiza o que de pior existe na política. Entretanto, é preciso perceber que as eleições não são capazes de mudar nossa vida, e apenas a luta é capaz de grandes transformações. Por isso, não adianta manter ilusões por dentro desse Sistema e é nas ruas que poderemos avançar.