O Banco do Brasil repete o passado quando demitiu um setor inteiro de advogados por fazerem parte de uma ação trabalhista. Desta vez não houve demissão, mas o descomissionamento de quatro gerentes gerais que figuravam como substituídos numa ação coletiva movida pelo sindicato dos Bancários de Mossoró. Sentido-se ameaçados por essa medida retaliadora do Banco, outros gerentes reclamantes nesta e em outras ações estão renunciando o seu direito solicitando à Justiça do Trabalho a exclusão do seu nome do rol de beneficiários das ações.
O Sindicato dos Bancários do RN denuncia e repudia essa má conduta do Banco que, após a aprovação da Reforma Trabalhista, que diminui a possibilidade de questionamento dos direitos trabalhistas na Justiça, usa essa forma perversa de pressão para coagir e calar seus funcionários. Nenhum dos bancários descomissionados respondia processos disciplinares e o desempenho de suas agências era plenamente satisfatório, inclusive premiados e elogiados pela Superintendência, o que comprova a severa e desleal retaliação. A injusta punição foi “pedagógica” (termo que eles usam) para “enquadrar” aqueles que queiram reivindicar os seus direitos pela via judicial. Além de uma perseguição, caracteriza-se, também, como assédio moral por gerar pânico e assim forçar o bancário a abrir mão de seus direitos. Esperamos que a Justiça do Trabalho, que indiretamente foi desrespeitada, faça a devida reparação sobre fato de ferir o direito constitucional de ir à Justiça.
De uma só tacada o BB desestrutura quatro famílias, imputando-lhes sérias restrições à sua sobrevivência, uma vez que a comissão corresponde a 60% do valor do salário base. São quatro trabalhadores rumo ao adoecimento para que o Banco mande um recado à categoria: qualquer reivindicação trabalhista poderá ser retaliada com descomissionamento ou demissão. Repudiamos esta atitude e estamos firmes na defesa desses companheiros e de toda a categoria.