O Sindicato dos Bancários participou na tarde desta segunda-feira, 21, de uma audiência em Defesa da Justiça do Trabalho. A ação fez parte de um movimento nacional que se fez necessário após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ter afirmado em sua primeira entrevista após tomar posse que haveria uma proposta em estudo para acabar com a Justiça do Trabalho.
O evento ocorreu no auditório da OAB RN e foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no RN (SINTRAJURN), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB RN), Associação Norteriograndense dos Advogados Trabalhistas (Anatra), Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região (Amatra 21), Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT RN) e Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat).
A audiência reuniu autoridades, políticos, advogados, sindicalistas e lotou o auditório. Os presentes ressaltaram os custos altos que seriam gerados com tal extinção, principalmente pelo SUS e INSS, além de discorrerem sobre a celeridade da JT frente a outros ramos da Justiça no país. Lembraram também a importância da mediação e da imparcialidade dos magistrados e ainda que, os bons empresários, devem ter a JT como parceira, pois ela impede a concorrência desleal dos desonestos.
Para o coordenador-geral do Sindicato dos Bancários Gilberto Monteiro, é preciso que toda a sociedade e una para barrar mais este ataque. “Quando um governo fala em acabar com uma instância tão importante como a Justiça do Trabalho está afetando todos os trabalhadores. Nós sofremos um dos maiores ataques dos últimos tempos que foi a Reforma Trabalhista, que afetou inclusive a Justiça do Trabalho. Certamente já estão gestando alguma coisa no sentido de precarizar ainda mais esta instância”, falou em seu discurso.
Quem também teve oportunidade de se dirigir ao plenário foi o diretor financeiro, Eduardo Xavier. Ele lembrou do momento conjuntural difícil vivido pela classe trabalhadora. “É importante resgatarmos a crise cíclica do capitalismo, em que desde 2008, os trabalhadores são atacados no mundo inteiro sempre fazendo reformas que atacam os direitos dos trabalhadores. A Justiça do Trabalho já serve para dar um pouco de alento aos trabalhadores. Os bancos, por exemplo, já trabalham achando que vale a pena explorar porque apenas 10% vão à Justiça”, exemplificou. E completou: “num país que ainda tem Trabalho Escravo e onde fiscais do Trabalho são assassinados é um crime o fim da Justiça do Trabalho.
A audiência ocorreu em meio a uma série de ações por o país. Alguns estados optaram por realizarem Atos Públicos para se aproximar ainda mais da sociedade. Essa é a primeira de uma série de ações que as Entidades deverão promover para evitar que qualquer medida que vise a extinção da Justiça do Trabalho seja tomada. O intuito é mostrar à sociedade a importância da Justiça do Trabalho e as consequências desastrosas de uma possível extinção. Desse evento sairá um documento que deverá ser entregue aos parlamentares potiguares em Brasília.