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Cordel, por Heliodoro Morais – Aposentado BB

08/03/10

Estão ocorrendo verdadeiros desmandos dos guardas municipais em Natal. Uma verdadeira indústria de multas infundadas de que já fui vítima, bem como vários amigos e familiares. É preciso acabar com esse abuso. Perdemos o direito de ir e vir sem sermos ameaçados ilegalmente por esses ditos "amarelinhos" que nos deixam amarelos de vergonha. Aí vai o meu cordel de desabafo. É uma grita não só minha, mas do povo martirizado por tão vil comportamento. Com a palavra os nossos governantes municipais.


A DERRAMA - INDÚSTRIA DA MULTA EM NATAL
(Heliodoro Morais)

O Governo de Natal
Nessa administração
Faz de cada cidadão
Refém incondicional
Do guarda municipal
Que abusa da autoridade
Multa sem necessidade
Sem usar nenhum princípio
Locupleta o município
Desvirtuando a verdade

Não seria insanidade
Pra se obter mais imposto
Nomear como preposto
Quem não tem capacidade?
Co'essa tal mobilidade
Eu concordo cem por cento
Se não fora um instrumento
Pra punir o cidadão
Que vaga na direção
Sem ter estacionamento

O povo tem sentimento
E reclama o seu direito
Pois se perdeu o respeito
Com tão vil comportamento
Qual folha jogada ao vento
Qual um porco no chiqueiro
Ou simples prisioneiro
Do abuso do poder
O povo vive à mercê
Da ganância do dinheiro

Qual o papel verdadeiro
Do poder municipal
É a postura radical
O "tudo pra si primeiro"?
Retirar do povo ordeiro
Faz parte do seu programa?
É justiça o que se clama
Para banir de Natal
O desmando imperial
Com a volta da derrama

Somos vítimas da trama
De um jogo de interesses
E somos, num caso desses
Atores de um falso drama
Há de se acender a chama
Do respeito e da verdade
Viver-se a dignidade
Pra sufocar esta sanha
Ou sermos bois de piranha
Despidos de liberdade

Meu Deus de santa bondade
Alertai aos governantes
Que nem os ignorantes
Suportam tanta maldade
Que a nossa sociedade
Com seu voto redentor
Vai demonstrar seu valor
Já na primeira eleição
Porque tal procuração
Só depende do eleitor

Toda ausência de pudor
Que tem na indústria da multa
Sinceramente resulta
N'algo desabonador
Uma amostra do teor
De um programa baseado
Na grandeza do estado
Com desprezo ao cidadão
Tornando a população
Um nada deixado ao lado

 

Se o poder é confiado
A quem não usa limite
Tenho que dar meu palpite
Não posso é ficar calado
Nosso povo maltratado
Não será mais uma presa
Pois essa gente indefesa
Tem o voto pra lutar
E na urna derrubar
Esse império de crueza

FIM