Esse foi o recado dado por dezenas de milhares de manifestantes que tomaram as ruas de Natal nesta quarta-feira em defesa da Educação rumo à Greve Geral. A manifestação foi encabeçada por professores e alunos de instituições públicas de ensino (técnico e superior) que tiveram seu orçamento cortado, em média, em 30%. Mas o caldo foi engrossado por trabalhadores de diversas categorias, incluindo bancários, que também se posicionaram contra à Reforma da Previdência.
Os cortes nas instituições públicas de ensino foram anunciados logo depois de o Governo divulgar que liberaria até R$ 40 milhões em emendas parlamentares, por deputado, para que o Projeto de Emenda à Constituição que prevê o fim da aposentadoria pública seja aprovado.
Considerado o segundo maior Ato Público ocorrido na capital potiguar na história (perdendo apenas para a Greve Geral de 28 de abril de 2017), a manifestação ocupou quilômetros da BR 101, ocupando as duas pistas no sentido centro-zona sul. Enquanto parte dos manifestantes já retornavam após chegar à Árvore de Mirassol (onde o Ato foi encerrado), muitos ainda passavam pelo viaduto do quarto centenário, em Lagoa Nova.
Um verdadeiro “tsunami” formado por estudantes, professores, pais de alunos e trabalhadores das mais diversas categorias. Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas se manifestaram nos 26 estados e no Distrito Federal, com mobilizações em mais de 200 cidades.
Muitos analistas chegam a comparar o ascenso que tomou as ruas neste #15M às manifestações de Junho de 2013, quando a população ocupou as ruas de todo o país, colocando em xeque o sistema político, econômico e social brasileiro.
Faixas e cartazes, muitos cartazes, improvisados nas mãos de estudantes e manifestantes em geral denunciavam os ataques do governo Bolsonaro, não só contra a Educação, mas como a Reforma da Previdência, entre outros.
Nas palavras de ordem cantadas ao longo das manifestações a mesma irreverência e tom de crítica. “Não é mole, não. Tem dinheiro pra milícia, mas não tem para a educação”; “Tira a tesoura da mão e investe na educação”; “Educação não é esmola. Bolsonaro tira a mão da minha escola”; essas e muitas outras frases foram entoadas por manifestantes de norte a sul do país.
Mostrando seu desprezo pelos estudantes e trabalhadores, em visita aos EUA, Bolsonaro ofendeu os manifestantes, tentando diminuir a força dos protestos. Não conseguiu. Ao contrário, o tom das manifestações foi apontar a construção da Greve Geral para 14 de junho. A vitória deste dia de luta foi comemorada por todos e todas e nas falas de manifestantes a tarefa agora é não sair das ruas.
Foi um verdadeiro esquenta para a Greve Geral. Uma mobilização histórica que dá ainda mais força para pararmos o país. Não vamos sair das ruas. Nossa tarefa a partir de agora é intensificar a organização da Greve Geral de 14 de junho para derrotar os cortes no orçamento da Educação, a Reforma da Previdência e todos os ataques deste governo de ultradireita.