Notícias

Bolsonaro e Pedro Guimarães querem desmontar a Caixa!

10/06/19

Na manhã de 31 de maio, as unidades internas da Caixa, conhecidas como áreas-meio e que englobam serviços fundamentais como o gerenciamento do Fundo de Garantia, a Habitação popular, o controle dos repasses de verbas para obras financiadas pelo Orçamento Geral da União (OGU), os programas sociais, etc. foram surpreendidas com mais uma bomba: centenas de empregados seriam transferidos já nos próximos dias para as agências do Banco, interrompendo processos de trabalho, gerando o caos na vida dos atingidos e desmontando ainda mais a Caixa.    
Em menos de seis meses na gestão da Caixa Econômica Federal, a dupla Bolsonaro/Guimarães já falsificou o lucro do banco, retirando mais de R$ 3 bilhões do resultado do lucro líquido para poder reduzir o pagamento da PLR aos empregados; já tentou vender a Loteria Federal; e distribuiu cargos de Vice-Presidentes, Gerentes Nacionais e Superintendentes através de critérios políticos, perseguindo quem tem posições distintas, e estabelecendo um clima de pressão, assédio moral e superexploração ainda maiores.    
Mas agora eles foram ainda mais longe. Anunciaram da noite para o dia, literalmente, a remoção forçada e unilateral de centenas de trabalhadores das áreas-meio no país todo, sendo que, apenas nesta 1ª etapa, o número deve ultrapassar os mil bancários. Estes colegas já estão sendo retirados dos locais em que trabalham há anos, em alguns casos há décadas ou desde que entraram na Caixa, e onde são especialistas. E agora são informados de que terão que reaprender tudo do zero, em locais distantes de onde estruturaram sua vida, da sua moradia, da escola dos filhos, etc.     
Isso é completamente contraproducente do ponto de vista da empresa abrir mão de pessoas capacitadas numa área para virarem aprendizes em outra, completamente desmotivados e revoltados. E é uma crueldade com os trabalhadores, que terão suas vidas viradas de pernas para o ar sem sentido algum, pois seguirão faltando mais de 15 mil bancários nas agências e ainda deixarão as áreas-meio sobrecarregadas e precarizadas.    
A remoção forçada de mais de mil trabalhadores das áreas-meio é a continuidade de um processo que já vem ocorrendo ao menos desde 2014 e 2015 na Caixa, de redução do número total de empregados, aceleração da terceirização e ameaças de privatização do banco. Dilma Roussef nem bem havia sido reeleita em 2014 e anunciou a ex-ministra Miriam Belchior para presidir o banco com uma missão bem clara: privatizar a Caixa.Temer manteve a mesma toada, e repetiu PDVs em sequência. Ao todo, Dilma e Temer levaram ao déficit de mais de 20 mil empregados que existe hoje na Caixa, que já teve 101 mil bancários e hoje mal passa dos 80 mil, além de terem acabado com centenas de funções e desmontado inúmeras áreas.    
Agora, Bolsonaro deixa claro que quer terminar com a função social da Caixa. (ver texto na página anterior). A corrupção vai ser generalizada, como já era antes, e áreas inteiras da Caixa, como as Gihabs e Gigovs vão ser extintas ou drasticamente enxugadas.    
O governo quer, no fundo, acabar com as áreas-meio e destruir todos os serviços que não sejam estritamente o de um banco privado. Bolsonaro/Guimarães pretendem que a Caixa se resuma a agências desumanizadas, que não atendam a população mais pobre e se restrinjam a "fazer negócios", como no Itaú ou Bradesco. E isso seria o caminho natural para uma futura privatização completa.    
As transferências de empregados para as agências não vão resolver a superlotação delas nem dividir o serviço existente, pois se prevê que mais 3.500 empregados peçam demissão no atual PDV em andamento. Áreas-meio e agências devem lutar juntas contra mais este ataque, que é contra todos os empregados e toda a Caixa!    
É preciso lutar para impedir estas remoções e as demais que virão. Inicialmente, se quis alegar que os transferidos seriam empregados já aposentados ou com funções incorporadas. Isto é mentira! Há empregados com e sem função sendo transferidos, assim como, entre os com função, estão sendo atingidos os com incorporação e os que não têm. E isto é só o começo! Não podemos pensar que estes problemas "são dos outros". Ele é de todos nós, e a reação dos empregados deve ser imediata e coletiva!
 
LIMINAR
A Justiça do Trabalho deferiu liminar, e, 6 de maio de 2019, que adia o processo de transferência forçada dos bancários lotados na matriz e filiais para as agências da Caixa. A decisão foi tomada pela juíza substituta Patrícia Birchal Becattini, da 4ª Vara do Trabalho de Brasília, em ação civil pública ajuizada pela a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Entretanto trata-se de medida provisória e é preciso manter a luta.