Notícias

Bancários da Caixa dão abraço simbólico no Banco contra o desmantelamento

12/06/19

Os funcionários da Gigov e da Gihab da Caixa Econômica Federal deram um abraço simbólico no prédio (que fica localizado no Praia Shopping) na manhã desta quarta-feira, 12 de junho. O protesto foi contra o desmantelamento das áreas-meio do Banco que vem sendo feitas através de PDVs e transferências a revelia.

A Justiça do Trabalho deferiu liminar, em 6 de maio de 2019, que adia o processo de transferência forçada dos bancários lotados na matriz e filiais para as agências da Caixa. A decisão foi tomada pela juíza substituta Patrícia Birchal Becattini, da 4ª Vara do Trabalho de Brasília, em ação civil pública ajuizada pela a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Entretanto trata-se de medida provisória e é preciso manter a luta.

As áreas-meio englobam serviços fundamentais como o gerenciamento do Fundo de Garantia, a Habitação popular, o controle dos repasses de verbas para obras financiadas pelo Orçamento Geral da União (OGU), os programas sociais, etc.

Em menos de seis meses na gestão da Caixa Econômica Federal, a dupla Bolsonaro/Guimarães já falsificou o lucro do banco, retirando mais de R$ 3 bilhões do resultado do lucro líquido para poder reduzir o pagamento da PLR aos empregados; já tentou vender a Loteria Federal; e distribuiu cargos de Vice-Presidentes, Gerentes Nacionais e Superintendentes através de critérios políticos, perseguindo quem tem posições distintas, e estabelecendo um clima de pressão, assédio moral e superexploração ainda maiores.    

Mas agora eles foram ainda mais longe. Anunciaram da noite para o dia, literalmente, a remoção forçada e unilateral de centenas de trabalhadores das áreas-meio no país todo, sendo que, apenas nesta 1ª etapa, o número deve ultrapassar os mil bancários.

A remoção forçada de mais de mil trabalhadores das áreas-meio é a continuidade de um processo que já vem ocorrendo ao menos desde 2014 e 2015 na Caixa, de redução do número total de empregados, aceleração da terceirização e ameaças de privatização do banco. Dilma Roussef nem bem havia sido reeleita em 2014 e anunciou a ex-ministra Miriam Belchior para presidir o banco com uma missão bem clara: privatizar a Caixa.Temer manteve a mesma toada, e repetiu PDVs em sequência. Ao todo, Dilma e Temer levaram ao déficit de mais de 20 mil empregados que existe hoje na Caixa, que já teve 101 mil bancários e hoje mal passa dos 80 mil, além de terem acabado com centenas de funções e desmontado inúmeras áreas.    

Agora, Bolsonaro deixa claro que quer terminar com a função social da Caixa. A corrupção vai ser generalizada, como já era antes, e áreas inteiras da Caixa, como as Gihabs e Gigovs vão ser extintas ou drasticamente enxugadas.    

O governo quer, no fundo, acabar com as áreas-meio e destruir todos os serviços que não sejam estritamente o de um banco privado. Bolsonaro/Guimarães pretendem que a Caixa se resuma a agências desumanizadas, que não atendam a população mais pobre e se restrinjam a "fazer negócios", como no Itaú ou Bradesco. E isso seria o caminho natural para uma futura privatização completa.