Os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, juntos, somaram R$ 50,5 bilhões, no 1º semestre de 2019, um crescimento médio de 20,7% em doze meses e rentabilidade variando entre 15,6%.

Essas informações certamente vocês já têm. Mas mesmo em uma categoria acostumada a lidar com dinheiro e soluções financeiras diariamente, é difícil mensurar um valor tão alto assim.

Para se ter uma ideia, a Operação Lava-Jato, em cinco anos de investigações e acordos, só conseguiu recuperar para os cofres públicos pouco mais de R$ 11 bilhões, ou seja, pouco mais de 20% do que os bancos lucraram em SEIS MESES.

Podemos perceber o absurdo desses números ao compará-los, por exemplo, com os cortes no orçamento feitos pelo Governo Federal. A educação perdeu R$ 5,84 bilhões, que correspondem a 18,81% dos R$ 31 bilhões cortados até agora de 28 áreas. Os R$ 31 bilhões cortados das 28 áreas é pouco mais de 60% do lucro dos cinco bancos, repetindo, no semestre.

O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 13,911 bilhões no 1º semestre, enquanto isso, deve à Previdência mais de R$111,8 milhões.  Valor que ajuda a construir um falso déficit que justifique a famigerada Reforma da Previdência.

Estamos atravessando a pior crise econômica de nossa história. Não se trata de um exagero retórico. Desde que o IBGE começou a calcular o PIB do Brasil nos anos 1940, nunca havíamos tido dois anos consecutivos de queda na economia, como vimos em 2015 e 2016, quando o produto nacional encolheu 3,8% e 3,6%. Também não há precedente para a recuperação tão lenta da atividade econômica como a que vivemos agora. Há previsões de que o PIB per capita só voltará ao patamar observado em 2011 no ano 2023.

Em um país com uma das maiores concentrações bancárias do mundo, taxas de juros acima da média mundial e uma crise que deixa todos sem perspectiva, os bancos aproveitam para vender dinheiro, explorar e acumular.