Todo ano, no mês de março, o governo federal garfa 3,33% do salário de todos os brasileiros com carteira assinada. A porcentagem corresponde exatamente a um dia de trabalho. Por exemplo: se um trabalhador tem salário mensal de R$ 1.200, praticamente R$ 40 ficam com o governo. Depois de abocanhar essa quantia, o governo distribui o dinheiro. Os sindicatos, 60%; As Federações, 15%; As Confederações, 5%, e as Centrais Sindicais, 10%. Os 10% restantes ficam com o governo, indo diretamente para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Essa cobrança — o Imposto Sindical — foi instituída por Getúlio Vargas em 1939. Na época, o presidente resolveu pôr os trabalhadores no bolso, doando uma montanha de dinheiro aos sindicatos em troca de silêncio.
O Sindicato dos Bancários do RN, como muitos que constroem a Conlutas, abomina essa prática. Os diretores do Seeb/RN e da Conlutas são unânimes em defender que o Sindicato deve ser sustentado, unicamente, pelas doações vo-luntárias da categoria que representa. Os trabalhadores sabem diferenciar quando a entidade briga para defendê-los e quando a entidade é apenas “de fachada”. O Sindicato dos Bancários do RN devolveu para a categoria em 2008 e 2009, o di-nheiro recebido do governo e devolverá em 2010 assim que receber.
O resto do dinheiro ficará com a Contraf/CUT (5%), com a Fetec/CUT (15%) e com a própria CUT (10%). Esses 30%, portanto, podem ser considerados “perdidos”.