Bancos expõem bancários à falta de segurança em nome do lucro
04/12/19
Os bancos resolveram fazer um mutirão para negociação de dívidas durante a primeira semana de dezembro e quem ficou exposto aos perigos, mais uma vez, foram os bancários.
Agências em local notadamente de segurança deficitária, como o centro da capital, estão tendo que permanecer abertas até as 20h nos últimos dias.
A decisão dos bancos, infelizmente, é amparada por lei, pois o Banco Central permite a abertura entre 8h e 20h, exige cinco horas ininterruptas e orienta que seja priorizado o horário das 12h às 15h, ou seja, nem tudo que é legal é correto.
Isso porque sabemos que a insegurança vivida no país já expõe todos os cidadãos a situações perigosas; segundo, que agências bancárias são alvos em potencial de criminosos e, por fim, o horário noturno acaba por ser o preferido dos malfeitores.
Pois bem, por si sós, esses já seriam argumentos mínimos para que os bancos não abrissem em horário noturno, entretanto, ainda temos outros. Em visitas às agências abertas na noite de 2 de dezembro, na capital potiguar, o que a direção do Sindicato viu foi um movimento quase nulo. Os trabalhadores não tinham demanda para permanecer até aquele horário em situação de risco, apesar de, pelo menos, ter mantido a vigilância enquanto os trabalhadores estiveram presentes.
Muitos não fizeram sequer um atendimento. A maior parte dos clientes procurou as agências em horário normal de atendimento, o que, devido à divulgação deficitária das regras de negociação, levou um volume grande de pessoas a procurar as agências sem que elas pudessem se encaixar nas regras de benefícios que foram anunciadas.
E ainda, quem trabalhou, em sua maioria, será pago através do banco de horas, sem remuneração de hora extra, sendo que o banco de horas, em via de regra, é determinado pelas necessidades da empresa e não do trabalhador.
Aumento da exploração com o objetivo de maximizar os lucros, independentemente da MP 905, já estamos vendo os resultados por aqui.