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Performa ou pra fora?

07/02/20

Sem qualquer negociação prévia com os sindicatos, a direção do Banco do Brasil anunciou, em 03 de fevereiro, mais um processo de reestruturação com impactos diretos sobre os funcionários, trazendo uma série de prejuízos.
O 'Performa' segue a lógica do presidente do BB, Rubem Novaes, de que é preciso adequar o Banco à realidade do mercado, reduzindo a remuneração na base para ampliá-la nos cargos mais altos. O objetivo desta política seria 'pagar salários maiores para atrair e reter talentos'.
O Banco anunciou as mudanças ao mercado e em comunicado direto aos funcionários, desconsiderando o acordo de que as mudanças devem ser debatidas primeiro com a representação dos trabalhadores.
O BB diz que o valor de investimento no PDG vai aumentar 120% e que o percentual de premiados em cada grupamento passa dos atuais 30% da rede de negócios para 40% do total de funcionários. Mas não expõe que o Valor de Referência (VR) da gratificação de todas as funções será reduzido. O Banco acabou com a função de Gerente Avançado que era uma forma de ascensão dentro da própria função em que o funcionário tinha o aumento real no seu salário. Com a redução das verbas propostas na Performa os gerentes avançados poderão ter uma redução salarial muito maior do que a anunciada, mas fará o mesmo trabalho.
Como se não bastasse a redução salarial, o BB anunciou, ainda, a ampliação da política de remuneração variável (Programa de Desempenho Gratificado – PDG), condicionando o valor do salário do bancário ao cumprimento crescente de metas. Além disso, modificou as regras do programa de Gestão de Desempenho Profissional (GDP), dificultando a obtenção de avaliações positivas por parte dos bancários, o que tem aterrorizado o funcionalismo. Quem não mantiver bons resultados (resultados estes que seguem critérios subjetivos) poderão perder as comissões.
É o Governo enxugando ainda mais os quadros para tornas a empresa mais atrativa para a venda.
O plano, divulgado sem fontes pela grande mídia, inclui alterar as regras de emprego para facilitar a contratação e demissão de funcionários do BB, remover algumas restrições salariais, manter dividendos em patamares elevados a partir da venda de ativos e fechar parcerias com fintechs e outras startups.
O passo seguinte é a privatização total.
É hora de organizarmos a luta. Não podemos aceitar que o Banco simplesmente corte salários sem qualquer resistências. As consequências em breve chegarão à CASSI e a PREVI pois a renda variável não entra no cálculo. Já estamos procurando os meios jurídicos e de luta para defender salários e empregos!