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Bancários sob ataque

18/02/20

Os bancários da Caixa e do Banco do Brasil iniciaram a luta contra as reestruturações anunciadas pelos bancos na semana passada.
Cada uma a seu modo, as reestruturações visam diminuir salários, funções e comissões para aumento dos lucros e facilitar as privatizações.
Os bancários do BB atrasaram a abertura de algumas agências e escritórios no dia 12 de fevereiro. Também foi entregue uma nota à população esclarecendo sobre as mudanças e como elas também atingirão os clientes.
No dia 06 de fevereiro os funcionários do BB já haviam vestido preto como forma de protesto contra as mudanças.
A reestruturação segue a lógica de que é preciso adequar o Banco à realidade do mercado, reduzindo a remuneração de quem ganha menos para aumentar a de quem ganha mais. Uma lógica completamente injusta.
Como se não bastasse a redução salarial, o BB anunciou, ainda, a ampliação da política de remuneração variável (Programa de Desempenho Gratificado – PDG), condicionando o valor do salário do bancário ao cumprimento crescente de metas. Além disso, modificou as regras do programa de Gestão de Desempenho Profissional (GDP), dificultando a obtenção de avaliações positivas por parte dos bancários. Quem não mantiver bons resultados (que seguem critérios subjetivos) poderá perder a comissão, o que significa mais redução de salários.
Os bancários da Caixa também estão organizando a resistência. Na quinta, dia 13, várias agências do Rio Grande do Norte atrasaram a abertura em uma hora e os trabalhadores aproveitaram para dialogar com a população.
Também vestidos de preto, os bancários mostraram que estão dispostos a lutar e não vão aceitar calados as imposições do Governo.
Entre as mudanças estão a extinção de milhares de funções e a criação de outras tantas; a diminuição no número de superintendências (de 84 para 54), mudança nos formatos das agências dentre outras alterações.
A incorporação de funções só está sendo pensada para quem já recebe há 10 anos e para executivos de altos cargos. Ou seja, funcionários de carreira em cargos médios não terão muitas opções.
Áreas internas de caráter específico como recuperadoras de crédito e habitação serão centralizadas nacionalmente, menos funções e a mesma quantidade de funcionários, a conta não fecha.
Ao final, a Caixa pretende abandonar seu caráter social ao criar a agência para clientes de alta renda e transformar áreas de agências existentes em ‘‘ambientes singulares’’, para clientes com renda mínima de R$ 7 mil e investimentos no Banco. O que já vem ocorrendo hoje, que é o envio de clientes de baixa renda para casas lotéricas, irá piorar e o atendimento será ainda mais precarizado.
O Sindicato está fazendo reuniões e plenárias em várias agências e debatendo estratégias de luta. As reestruturações não podem ser usadas para criar distorções e reduzir salários. Vamos lutar e resistir, política e juridicamente.