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Banco do Brasil mostra sua pior face na cobrança de metas durante a pandemia

30/03/20

Não é de hoje que denunciamos que o lucro dos bancos se apoia na pressão, no assédio e no adoecimento de seus funcionários. No entanto, estamos vivendo um momento único e delicado no mundo. Uma pandemia que está sendo enfrentada através do isolamento social e do fechamento de locais de aglomeração, como as agências bancárias.

Em virtude desse cenário completamente adverso e imprevisível, os bancos deveriam recalcular suas metas e reavaliar seus métodos de cobrança, não é mesmo? Bem, não é o que estamos vendo no Banco do Brasil.

Inicialmente os bancários foram mandados ao home office, não antes de assinar um documento se comprometendo a usar seus próprios telefones para cumprimento das demandas diárias.

Nos últimos dias o Sindicato dos Bancários do RN recebeu inúmeras denúncias de cobranças e ameaças feitas por gestores nesse período de enfrentamento ao Covid-19. Na verdade, o Banco até deu uma “ajudinha” aos seus funcionários colocando o covid-19 na cobertura do BB Seguridade. Sensibilidade zero...

Enquanto o mundo todo está preocupado em sobreviver, os bancários do BB ouvem diariamente que precisam estar alinhados e bater as metas da Brasilprev, Seguridade e Crédito. Como bem disse um bancário em sua denúncia: “O mundo morrendo e nós ofertando produtos! O povo pensando em como economizar e nós querendo acabar de matar. Eita capitalismo selvagem!”.

O Banco ainda ressalta que está dando argumentos para que os bancários consigam vender mais, enquanto isso, clientes reclamam que não aguentam mais receber ligações. Alguns GGs e Super Regional seguem as recomendações de Rubem Novaes, que se alinha a Jair Bolsonaro ao colocar a economia acima da vida. É bom lembrar que a vida não é infinita.

É preciso destacar ainda que os bancários não são máquinas. Além de se preocupar com a cobrança das metas, eles ainda precisam se preocupar com a sua segurança e a saúde própria e de sua família. Aí, ao procurar um gestor para argumentar, recebe como resposta: “Lembre-se de que a GDP continua...”, não há saúde que resista.

Ao ser questionado pelo Sindicato sobre as pressões e ameaças, o Superintendente Regional, Ody respondeu: “A orientação não é essa. E sim de ligar para os clientes se colocando à disposição neste momento difícil, de ajuda, de apoio e de empatia”.

Enquanto o discurso é um e a prática é outra, orientamos que continuem denunciando para que possamos tomar as medidas caso a caso.