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MP do Governo que ataca trabalhadores é usada pelo Santander

06/04/20

Já sabemos desde o início que o Governo de Jair Bolsonaro trabalha pelos mais ricos e grandes banqueiros. Não à toa já injetou como “ajuda” durante a pandemia do Coronavírus R$ 1,216 trilhão no Sistema Financeiro. Enquanto isso, para os trabalhadores sobrou a MP 927 que altera uma série de direitos dos trabalhadores e, assim, beneficia os empregadores.
O Santander saiu na frente das demais instituições financeiras e anunciou que irá adotar um dos pontos da Medida Provisória: o banco de horas.
A MP 927 estabelece que empresas possam estabelecer acordo de banco de horas diretamente com os empregados, sem a necessidade de participação dos sindicatos, para que o empregado possa compensar futuramente eventuais horas de inatividade devido à pandemia. O banco de horas devido pelo trabalhador poderá ser compensado em até 18 meses após o término da crise, e com duas horas extras por dia, limitado a uma jornada de dez horas.
A Medida em si já é absurda, porque isenta o estado da responsabilidade sobre as pequenas e médias empresas e penaliza o lado mais fraco: o trabalhador, deixando de fora ainda sua principal arma: o sindicato. Mas já que existe, ela jamais deveria ser adotada pelo setor mais lucrativo da economia. 
O lucro líquido dos 4 maiores bancos do Brasil com ações na Bolsa cresceu 18% em 2019, na comparação com o ano anterior. Os ganhos acumulados somaram R$ 81,5 bilhões ante R$ 69,1 bilhões em 2018. Somente o Santander teve lucro de R$ 14,5 bilhões em 2019, um crescimento de 17,4% sobre o resultado de 2018.
O Sindicato dos Bancários do RN repudia a atitude do Santander de se esconder atrás de uma Medida tão autoritária e absurda e permanece atento aos desmandos dos bancos que se aproveitam desse período tão imprevisível para, ainda assim, manter o lucro acima do bem comum.