O processo ditatorial instalado no país com a eleição do presidente Jair Bolsonaro segue de vento em popa. A bola da vez é o Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, o IFRN, que está sob intervenção federal.
O governo Bolsonaro nomeou nesta segunda-feira (20) para a reitoria do Instituto Federal do Rio Grande do Norte um professor que sequer participou da eleição para o carto, realizada em 2019. O “novo” reitor “pro-tempore” é o professor Josué de Oliveira Moreira, recém-filiado ao PSL e ex-candidato a prefeito de Mossoró.
O processo eleitoral sequer se submete a lista tríplice, forma de eleição dos reitores de universidade federais, em que três nomes passam por um processo eleitoral e, independentemente do resultado da eleição, um deles pode ser nomeado reitor. Democraticamente os últimos presidentes respeitavam os resultados eleitorais nomeando o mais votado. No caso do IFRN, a lei diz que o mais votado é eleito reitor.
O vencedor das eleições em dezembro de 2019 foi o professor José Arnóbio de Araújo. Ele obteve 48,25% dos votos contra 42,26% de Wyllys Farkkat Tabosa, atual reitor da instituição. Outros dois professores participaram do processo eleitoral: Ambrósio Silva de Araújo e José Ribeiro de Souza Filho.
A nomeação de reitores pró-tempores vem ocorrendo em outros estados em que o governo não concorda com o resultado das eleições. Devido a suspensão das aulas no Instituto em consequência da pandemia, a comunidade acadêmica não pode se manifestar contra este absurdo que deve ser repudiado por toda a sociedade.
