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A PUNHALADA TRAIÇOEIRA DA CONTRAF

31/07/20

Os bancários do Banco do Brasil que estavam em home office por coabitar com pessoas do grupo de risco para a Covid-19 foram surpreendidos, na semana passada, com uma convocação de retorno às atividades presenciais. Como se não bastasse tal descaso com seus funcionários e familiares, agora toda a base nacional foi, mais uma vez, apunhalada de forma sorrateira pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo/SP.
 
Notoriamente, insatisfeitos com a conquista inaugural desta base, que conseguiu em caráter liminar no TRT-21 a garantia da permanência em trabalho home office dos funcionários em questão, em uma NOTA DE NOTÓRIO CARÁTER COMEMORATIVO, a CONTRAF mais uma vez apunhalou pelas costas uma categoria inteira que vem, com todo o esforço, lutando para garantir os direitos mínimos e basilares de um labor que respeite a dignidade humana nas conjunturas atuais.
 
A nota, intitulada “BB: liminar do sindicato do RN cai e ILUSÃO dura poucos dias”, é tão ardilosa quanto as formas de traição de quem deveria representar os bancários na luta por avanços e garantias de nossos direitos, mas que prefere realizar acordos rasteiros que só beneficiam os banqueiros. Pior do que isso, no lugar de construir uma saída que garanta que os colegas do BB e seus familiares fiquem em segurança no período de pico da pandemia, prefere gastar energias atacando quem está na vanguarda da categoria.
 
O tão famigerado aditivo ao ACT, vendido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo como uma jóia da coroa, é tão baixo que não contemplou nem a manutenção dos coabitantes com grupo de risco em home office. Além do mais, deixou as bases que o assinaram reféns da MP 927/2020 que, pasmem, caducou logo após a assinatura do aditivo. Pontos como: banco de horas negativo e antecipação de férias de períodos aquisitivos incompletos sendo vistos ao arrepio da CLT. Corroborando a mentira propagada pela CONTRAF/CUT que diz que o Acordo protege os trabalhadores, pois, se protegesse, não teríamos que buscar meios judiciais para garantir a saúde de funcionários e familiares do BB.
 
Ao desinformar creditando a batalha judicial contra o Banco (que já é difícil por si só) como a venda de uma “ilusão”, esquece que os sindicatos da PB, RS e Curitiba — vinculados à CONTRAF /CUT— também adentraram com pedido de liminar similar ao conseguido pelo SEEB-RN. Estariam eles vendendo ilusão ou lutando contra a necropolítica conjunta do BB/Governo Bolsonaro? Essa guerra judicial é necessária justamente porque aditivo não cobre tais questões, além do fato de nosso ACT não contemplar votações virtuais para aprovações de aditivos?, tornando-os ilegais..
 
O momento é de união de forças, tanto pelo período delicado de pandemia quanto pela proximidade de uma das campanhas salariais mais desafiadoras que já presenciamos, uma vez que nosso ACT 2018/2020 se vencerá. Contudo, não vamos aceitar nem baixar a cabeça para nenhum traidor da luta bancária ou aspirante à política. Nossas lutas são por melhorias nas relações de trabalho e não discursos ilusórios proferidos em palanque político em época de campanha eleitoral. 
 
Seguiremos, como sempre, juntos à nossa base: escutando seus anseios, agonias e dificuldades. A batalha judicial pela manutenção da liminar favorável aos bancários segue firme, diferentemente da CONTRAF/CUT e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, como seu maior expoente, que, mais uma vez, mostram que não são representantes dos trabalhadores e, sim, inimigos dos bancários, atuando sempre ao lado dos governos (não importando o partido) e dos banqueiros.