Será que esse banqueiro, amigo do Paulo Guedes, vai ser um bom Presidente?
03/08/20
Por Fernando Amaral
Essa é uma boa pergunta?
A Economia real está afundando.
Não me refiro, aqui, aos Ativos Financeiros, que foram inflados com a enorme liquidez (algo em torno de R$ 1,2 trilhao) proporcionada pelo Banco Central ao Setor Financeiro.
Paulo Guedes e Campos Neto, ambos banqueiros, salvaram a lucratividade do setor financeiro, a curto prazo. O resto da Economia que se vire.
Mas a Economia real está derretendo. As margens de lucro tendem a diminuir e a briga pela participação no PIB (isto é, na riqueza nacional) será cada vez maior.
O Setor Financeiro elevou sua lucratividade, no curto prazo, aplicando aquele R$ 1,2 trilhao na BOVESPA e em Títulos Públicos Federais, ao invés de emprestar para as empresas, pois temia o crescimento da inadimplência.
Essa é uma das características da atual fase do Capitalismo, denominado “Financeirizacao da Economia”, onde os bancos ganham mais dinheiro especulando com ações, câmbio, commodities e Títulos Públicos, através de suas Administradoras de Fundos de Investimentos e menos com o crédito tradicional, que gera produção e renda.
Contudo, por mais que os Ativos Financeiros (mercados futuros, de opções e derivativos em geral), disponham de uma certa autonomia em relação à Economia real (indústria e agricultura), sua origem sempre está vinculada a uma operação de crédito, de câmbio, de commodities e de ações.
Com a forte recessão que está, apenas, começando em nossa Economia, logo essa bolha de Ativos irá estourar.
Portanto, o Setor Financeiro busca, através de seu representante no Governo, o Ministro Paulo Guedes, novas fontes de lucro.
Veja-se, que na última safra plantada, o Setor Financeiro avançou sobre a lucratividade do Agronegócio, quando Paulo Guedes reduziu o crédito subsidiado do Banco do Brasil, para obrigar os produtores rurais, a pegarem recursos mais caros nos bancos privados.
Isso é uma loucura, pois o Agronegócio é que sustenta o superávit da Balança Comercial do País. Mas, para o Ministro da Economia o País não importa.
A desculpa para quase todos os setores é sempre a mesma: “A Divida Pública está aumentando, precisamos cortar gastos”. Exceto, quando se trata de ajudar os banqueiros. Aí, não há limites para o Gasto do Governo.
Essa, portanto, é a razão porque Paulo Guedes quer acelerar as privatizações mesmo durante a epidemia, quando o preço das empresas públicas está depreciado.
Isso não tem nada a ver com a visão liberal de “Redução do Estado na Economia”.
Trata-se, antes de mais nada, de pilhagem, de elevar os ganhos do Setor Financeiro, ao qual o Ministro da Economia, um banqueiro, serve, antes de pensar nos verdadeiros interesses do Brasil.
Quando sua “Nobre Missão” estiver concluída e nossa Economia, em depressão, Paulo Guedes cairá fora do Governo e irá morar no exterior, como já afirmou, deixando o abacaxi para ser descascado, por aqueles que, inocentemente, acreditavam nas Teses Neoliberais do Ministro.