Ato contra demissões e fechamento de agências do BB ganha apoio de bancários, sindicatos e da população no RN
15/01/21
A manifestação organizada nesta sexta-feira (15) pelo Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte contra as demissões e o fechamento de agências previstas com a reestruturação anunciada no Banco do Brasil foi marcada pela solidariedade. Além dos bancários da base, o ato atraiu sindicatos, entidade de classe e também ganhou o apoio da população, em especial os clientes do BB, que serão afetados diretamente pelas mudanças.
O conjunto de medidas, que vem sendo chamado de “reestruturação”, mas se trata mesmo de um desmonte do Banco, já está sendo classificado como o mais brutal ataque do Governo Bolsonaro contra os trabalhadores e trabalhadoras do país. Ao todo, 5 mil bancários devem perder o emprego e cerca de 500 agências deixarão de existir, parte passando a funcionar apenas como postos de atendimento.
- Eles falam que é plano demissão voluntária, mas não é voluntária. As pessoas saem quando não têm mais alternativa. Ele tira a comissão de João e manda João para Manaus. Mas João tem esposa que trabalha em Natal e tem os filhos que estudam em Natal. Então João vai preferir pegar um PDV do que ser obrigado a ir para Manaus ou para qualquer parte do país onde não tenha relação familiar. E é ruim para a população porque se hoje o atendimento no Banco do Brasil já ruim, péssimo, vai ficar pior. Só aqui no RN vão fechar três agências. Além disso vão fechar PAB no TRT, em Tangará e em outros municípios do interior. O ataque é brutal contra a população brasileira”, afirmou o coordenador-geral do Sindicato Eduardo Xavier.
O sindicalista destacou ainda que o ataque contra o Banco do Brasil não é isolado. Estatais como a Petrobras, os Correios e a Eletrobras também estão ameaçadas e vêm enfrentando um processo de privatização, acelerado no governo Bolsonaro:
- O ataque é generalizado e a gente vai tem quer se defender e reunir forças entre todas as categorias para derrotar esse governo e seu pacote de maldades”, disse.
Dirigentes sindicais de várias categorias ameaçadas também prestaram solidariedade. Os Correios estão em pleno processo de privatização, acelerado com chegada ao ministro das Comunicações Fábio Faria ao posto. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Xampoo, o objetivo dessa série de ataques às estatais é um só: a privatização:
- É mais um ataque do Governo Federal a uma das estatais históricas do país, no caso do Banco do Brasil. Além de fechar centenas de agências, estão tirando os direitos dos trabalhadores. O objeto do ataque às estatais é a tentativa de privatização, eles querem baratear o custo, tirar o direito dos trabalhadores e transformar os salários em salários intermitentes. E com isso, quem sofre é a categoria”, afirmou.
A defesa do SUS, outro alvo das privatizações do governo Bolsonaro, também está na ordem do dia. Para o diretor do Sindsaúde Flávio Nascimento, não há como dissociar os ataques sofridos pelos bancários do que a violência com que o governo trata outras categorias:
- Hoje é um dia importante no sentido da defesa dos empregos que estão em jogo no Banco do Brasil. O governo Bolsonaro anunciou demissão de mais 5 mil trabalhadores, fechamento de agencias. O Governo Bolsonaro prepara a privatização desse serviço, assim como vem atacando todo serviço público. Temos uma reforma administrativa que vai destruir o SUS, as universidades, o funcionalismo. Manaus está mostrando a consequência da destruição do SUS”, afirmou.
O Movimento de Lutas por Moradia nos Bairros, Vilas e Favelas, a Unidade
Popular, a executiva da CSP-Conlutas, SINAI e outras entidades de classe também participaram do ato levando apoio e solidariedade.
Durante a manifestação, o Sindicato dos Bancários também distribuiu uma nota à população esclarecendo os motivos do Dia Nacional de Lutas e como a reestruturação vai afetar diretamente a vida dos clientes dos bancos.