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CAIXA TEM aglomeração

15/03/21

 Com a chegada da pandemia de corona vírus no Brasil, em março de 2020, o desgoverno federal conferiu à Caixa a função de pagar o auxílio emergencial aos brasileiros, benefício  este que tem como objetivo fomentar minimamente o isolamento social necessário à contenção da doença. Para isso, a Caixa criou as contas digitais, que só podem ser  acessadas de duas formas: através do aplicativo Caixa Tem, ou indo pessoalmente ao banco. 
Acontece que desde o princípio este aplicativo se mostrou falho e os sistemas inconsistentes. Uma chuva de contentações de saque sobrecarregou o atendimento bancário, juntamente com o atendimento a pessoas que não sabiam ou não conseguiam utilizar o aplicativo. Muitos cidadãos adotaram a postura de desconfiança em relação a este sistema de pagamento e decidiram sacar seus benefícios sempre indo ao banco, através de códigos gerados pelos funcionários da Caixa, os tokens, que muitas vezes precisam ser gerados 2 ou 3 vezes consecutivas pra dar certo, quando dá. 
Essa demanda foi absorvida pelos empregados da chamada linha de frente, uma bancada de funcionários sempre em número inferior ao necessário para atender a quantidade de pessoas que se dirigem diariamente ao banco em busca de um atendimento que chega a tr?s horas de espera em salas superlotadas. Ou seja, para receber o benefício destinado a promover o isolamento social, os cidadãos precisam passar horas e horas aglomerados dentro de um banco. Muito contraditório, não é?
E não acaba por aí. Em janeiro deste ano acabaram os pagamentos de auxílio emergial e BEM (benefício emergencial de manutenção de emprego e renda), mas desde novembro de 2020 grande parte dos benefícios do Bolsa Família, PIS, FGTS e seguro desemprego passaram a ser pagos através das contas digitais, sem aviso prévio, sem campanha de esclarecimento, nada. Outra leva de cidadãos se dirigiu à Caixa, muitos deles não pisavam num banco há anos, porque sempre recebiam seus benefícios pelo cartão do cidadão ou bolsa família nos caixas eletrônicos, nas loterias, ou na conta pessoal.
Nessa mesma época, todas contas abertas em loterias foram renumeradas , causando muita confusão entre os clientes e idas ao banco.
Sabemos que por trás dessas artimanhas há a intenção do Governo e do alto comando da Caixa em privatizar a agência digital num futuro próximo e assim a Caixa se livrará da sua missão social, a pedra no caminho para que este banco se foque exclusivamente no mercado, e se torne mais competitivo em relação aos demais bancos comerciais.
Dia 18/03, próxima quinta feira, serão retomados os pagamentos de auxílio emergial, tendo em vista o avanço da segunda onda da pandemia que tem vitimado milhares de brasilerios. E novamente uma grande leva de cidadãos estarão agolmerados em filas na porta da Caixa e dentro dos seus salões de atendimento.
A morte recente do nosso querido colega Pedro Batista dos Santos Neto, que esteve atuando como caixa na linha de frente da agência Potengi, deixou-nos estarrecidos e desnorteados, mais conscientes do que nunca dos riscos a que estamos nos submetendo ao estarmos em contato com tantas pessoas aglomeradas de segunda a sexta em nosso ambiente de trabalho. Pedro fez várias denúncias ao sindicato nos últimos meses, sobre o desrespeito aos protocolos de saúde em seu local de trabalho, pois, no seu relato, uma intensa aglomeração de pessoas ocorre naquele espaço e vários funcionários daquela agência adoeceram sem que houvesse o fechamento para desinfecção.
Os chamados “heróis de máscara” pedem ajuda, respeito e consideração, e nesse contexto refletimos sobre a validade do ditado popular que afirma: mais vale um covarde vivo do que um herói morto.