Pandemia e crise econômica que atacam classe trabalhadora, turbinam lucro dos bancos
25/08/21
O lucro líquido conjunto dos grandes bancos brasileiros no segundo trimestre somou R$ 23,1 bilhões, o maior montante para um trimestre na história considerando valores nominais. O levantamento é da provedora de informações financeiras Economatica. O levantamento excluiu a Caixa Econômica Federal, que também bateu seu próprio recorde. O banco teve lucro líquido de R$ 6,3 bilhões no segundo trimestre, valor que representa um salto de 144,7% frente ao mesmo período do ano passado (R$ 2,6 bilhões). O "maior lucro no segundo trimestre de toda série histórica do banco".
O maior lucro do trimestre foi do Itaú Unibanco (R$ 7,5 bilhões), seguido da Caixa (R$ 6,3 bilhões ), Bradesco (R$ 5,9 bilhões), Banco do Brasil (R$ 5,5 bilhões) e Santander (R$ 4,1 bilhões).
Diante de um cenário imprevisível, com a pandemia decretada, os bancos subiram o provisionamento, temendo uma explosão da inadimplência, entretanto, o cenário para as instituições financeiras não foi afetado como os demais setores da economia, devido a planos emergenciais de crédito lançados pelo Banco Central.
Outros dois fatores para entender o crescimento da lucratividade é a redução das despesas, por meio do fechamento de agências e da demissão de trabalhadores. Apesar de terem firmado um compromisso com os sindicatos de não demitir durante a pandemia, o acordo foi quebrado ainda em junho de 2020. Santander e Bradesco, por exemplo, fecharam 10.933 postos de trabalho entre março de 2020 e março de 2021.
O governo Bolsonaro não esconde que quer reduzir o papel social da Caixa. Ao anunciar que o lucro líquido do banco público foi R$ 10,8 bilhões, no primeiro semestre de 2021, e de R$ 6,3 bilhões entre abril e junho, a direção da empresa destacou que os números foram impulsionados pela venda das ações da Caixa Seguridade (R$ 3,3 bilhões) e das ações do Banco Pan (R$ 1,9 bilhão). A política de desmonte da atual gestão da instituição financeira só reforça que o objetivo é privatizar a estatal aos pedaços.