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Editorial - LB 9ª edição: A CAIXA de Pandora e os mitos

06/07/22

Caro(as) leitores(as), é sabido que na Mitologia Grega, a Caixa de Pandora é um objeto onde os deuses colocaram todas as desgraças do mundo, entre as quais a guerra, a discórdia, as doenças do corpo e da alma. Alguma coincidência com os nossos dias? Não. Não é mera semelhança!

Longe de ser mito, nos últimos dias, acompanhamos notícias que reverberaram a violação dos direitos das mulheres, da liberdade sobre seus próprios corpos e, como se não fosse tanto para digerirmos, relatos de mulheres denunciando assédio sexual sofrido em seus postos de trabalho. Para deixar ainda mais horrenda essa história, o acusado de tal ato repugnante é o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães.

Revirando essa caixa das desgraças, não nos surpreende ser informados que Pedro Duarte Guimarães é conchavo do Bolsonaro, outro item dessa “CAIXA de Pandora” que tornou-se o Brasil. Guimarães, figura frequente nas solenidades presidenciais importantes, é comum aparecer ao lado de Jair Bolsonaro. Há duas semanas, por exemplo, ocupou lugar de destaque na cerimônia realizada na Bolsa de Valores de São Paulo para que fosse batido o martelo da privatização da Eletrobrás, ou seja, são objetos da mesma CAIXA.

Leitores(as), não é de hoje que se espalha por aí que o agora ex-presidente, por enquanto o da CAIXA, coleciona episódios de assédio sexual dentro do banco. No entanto, providências não foram tomadas, até que no fim do ano passado um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e denunciar as situações pelas quais passaram: falas e abordagens inconvenientes e convites incomuns e desrespeitosos, incompatíveis com a relação entre o presidente do maior banco público do país e suas empregadas. Relatos que escancaram crime por qualquer ângulo que podemos observar.

Vocês vão concordar que não é mais tolerável em pleno século 21 sermos obrigados a acompanhar tal absurdo. O Brasil é um país que maltrata mulher desde sempre, mas vivemos tempos especialmente cafajestes. O presidente, por enquanto o do BRASIL, acha que ter filha mulher é “fraquejar”, diz a uma mulher que “não te estupro porque você não merece” e muito mais. Seu exemplo é seguido em vários lugares, não só na CEF.

Que essas e tantas outras mulheres sejam acolhidas com sororidade pela justiça e respeitadas em sua dor. Que outras mais não se calem diante de situações tão asquerosas como estas. Basta de assédio de qualquer natureza! Basta de violência contra as mulheres!