Editorial LB Ed. 10 - O que é de cima sobe e o que é de baixo desce ainda mais
25/07/22
Caros(as) leitores(as), estamos vendo despencando ladeira abaixo conquistas históricas, ganhos salariais e os direitos do trabalhador. Com os bancários não é diferente.
Quem podemos culpar? Só não pode ser a crise!
Acompanhamos recentemente a pesquisa do ILAESE, que aponta o lucro líquido consolidado dos cinco maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú/Unibanco e Santander) no ano de 2021 e o superlucro somado foi de 98,9 bilhões de reais. O maior lucro já registrado na História! Porém, enquanto os bancos ganham dezenas de bilhões, os trabalhadores recebem demissões, perdas salariais e mais e mais assédio moral e sexual.
Os bancários estão sendo massacrados com metas inatingíveis, adoecimento em massa e deterioração de sua Previdência, planos de saúde e perda de direitos.
A maior inflação em 28 anos atinge em cheio a vida dos mais pobres, com aumentos sucessivos dos preços dos alimentos, transporte e aluguéis. E os bancários também são duramente atingidos por estes mesmos aumentos.
O governo Bolsonaro aprofunda os ataques contra os trabalhadores, os serviços públicos e as garantias sociais. Mas, além dele, o Congresso, governadores e demais partidos e candidatos às eleições também apoiam a continuidade do sistema de pagamento da dívida pública e privilégios aos banqueiros, que garante lucros astronômicos a quem já é bilionário e manda a conta para os bancários e os clientes pagarem, através de salários baixos, falta de empregados, juros altos e filas cada vez maiores.
Defendemos um sistema financeiro 100% públicos e estatal, que atenda aos interesses dos trabalhadores, com crédito barato, que inclua as pessoas que precisam ser bancarizadas e esteja dentro da realidade das diversas regiões do Brasil e de suas necessidades; e que ajude a impulsionar a habilitação, agricultura, saúde e educação. É necessário enfrentar os patrões e os governos, sejam eles quais forem, para defender os trabalhadores e a maioria da população. Isso é urgente, ou o buraco só ficará mais embaixo.