Notícias

Santander vira caldeirão de adoecimento para bancários

08/09/22

O Santander vem promovendo há anos uma reestruturação contínua com demissões; falta de contratação de funcionários; terceirização de setores inteiros; automatização de funções; extinção do cargo de gerente de atendimento (o que levou à sobrecarga dos gerentes de negócios e serviços); e, mais recentemente, a ampliação do horário de atendimento gerencial das 9h às 17h.

Dados do balanço do Santander divulgados em 28 de julho mostram que foram eliminados 684 postos de trabalho no segundo trimestre de 2022.

Em cinco anos, entre o primeiro semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2022, a média de clientes por funcionário cresceu de 682,9 para 1.158. No período houve aumento de 68% no número de clientes e redução de 1% no número de funcionários.

O Santander ainda fechou 327 agências e 105 postos de atendimento bancários em doze meses encerrados em junho de 2022. Apenas no segundo trimestre de 2022 foram fechadas 49 agências e 23 PAB’s.

Em um período de 12 meses encerrados em junho, a carteira digital do banco cresceu 13%; no mesmo período houve crescimento de 7% de clientes tradicionais.

 

Condenado

A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) confirmou a condenação ao Banco Santander por danos morais coletivos em razão de metas abusivas, adoecimentos mentais e assédio moral. Segundo a decisão, o banco terá que pagar uma indenização de R$ 275 milhões. O processo é resultado de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que pedia indenização de R$ 460 milhões e contou com a assistência do movimento sindical.

Segundo o MPT, “a conduta ilícita do banco reveste-se de elevada gravidade. Ao exigir dos bancários metas abusivas e cobranças excessivas, comete assédio moral, grave violação aos preceitos constitucionais que asseguram o trabalho decente, a saúde, a vida digna e a redução dos riscos inerentes ao trabalho”.

De acordo com a decisão da Justiça, o banco está proibido de adotar metas abusivas e não permitir, tolerar ou praticar, por seus gestores e prepostos, práticas que configurem assédio moral, como humilhações, xingamentos, ameaças de demissões, constrangimentos, coação, agressão, perseguição, entre outros.

As irregularidades que geraram a ação foram levantadas por Auditores Fiscais do Trabalho, que apuraram a pressão psicológica e as ameaças constantes implícitas e explícitas de demissão dos bancários, bem como o subdimensionamento do quadro de empregados como punição pelo não-cumprimento das metas.

Segundo os auditores “o estabelecimento de metas praticamente impossíveis de serem atingidas, seguido da cobrança pelo atingimento destas metas por seus superiores, caracteriza grave inadequação da organização do trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores que consequentemente trará a curto e médio prazo danos graves e irreparáveis à saúde dos bancários do Santander”.

O Sindicato dos Bancários do RN acompanha de perto diversos casos de bancários adoecidos e assédio moral no estado e reitera a importância de que todos que se sintam constrangidos e/ou ameaçados procurem imediatamente o Sindicato para que tomemos as medidas cabíveis. Um banco tão lucrativo, mas com tanta sobrecarga de trabalho e acúmulo de funções não pode demitir mais trabalhadores.