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Crise Bancária do Vale do Silício expõe fragilidades do capitalismo

15/03/23

Provando que as crises cíclicas do capitalismo estão cada vez mais próximas umas das outras, a crise bancária do Vale do Silício região no estado da Califórnia (EUA), parece reviver a crise de 2008. No dia 10 de março o Silicon Valley Bank (SVB) anunciou a quebra da instituição. A notícia envolvendo o principal banco local acendeu o alerta.

O colapso provocou instabilidade em outras corporações financeiras - fenômeno conhecido como "risco sistêmico" - e pode atingir empresas de tecnologia da região - as grandes e as pequenas -, servindo como justificativa para o crescente e contínuo processo de demissões em massa nesse setor, uma vez que é a principal instituição que financia as Big Techs.

 

Como de costume, quando surgem situações de insegurança financeira com reação em cascata, investidores, especuladores e os super-ricos saem do vale e correm para as montanhas. Eles escapam da crise e deixam para os trabalhadores os prejuízos das aventuras em busca do lucro.

 

Essas instituições financeiras são as financiadoras das chamadas startups, que já vinham numa crescente de demissões no período pós pandemia. Os conglomerados mais importantes dispensaram parte significativa do quadro de funcionários, como a Amazon, a Meta - Facebook, Instagram e WhatsApp -, a Google - foram mais de 100 mil - e o Twitter.

 

Antes mesmo das demissões em massa na tecnologia, categorias do setor já demonstraram insatisfação com o grau de exploração vivido diariamente. O descontentamento geral no ramo provocou uma intensa mobilização de trabalhadores em busca de organização e sindicalização.

Na Google e Amazon, por exemplo, ainda no período de pandemia, houve esforços para a criação de sindicatos, principalmente a partir de reivindicações mais voltadas para as condições de segurança sanitária e por melhores salários.

A única saída é a organização da classe trabalhadora. A saída é coletiva.