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Bancos Brasileiros lucram bilhões às custas de seus trabalhadores: um retrato de exploração e adoecimento

21/02/24

O lucro líquido ajustado dos principais bancos brasileiros, divulgados recentemente, revela um cenário de ganhos exorbitantes em meio a condições precárias de trabalho e pressão sobre os funcionários. Entre eles, destaca-se o Banco do Brasil, que registrou um lucro líquido ajustado de impressionantes 9,44 bilhões de reais no quarto trimestre de 2023, representando um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior.

Porém, por trás desses números impressionantes, esconde-se uma realidade de exploração e adoecimento dos trabalhadores bancários. As metas abusivas, o assédio moral e a pressão constante para atingir resultados têm levado muitos funcionários ao limite de sua saúde física e mental.

O Banco do Brasil, assim como outras instituições financeiras, projeta um lucro ainda maior para 2024, com expectativa de alcançar entre 37 bilhões e 40 bilhões de reais. Enquanto isso, os trabalhadores enfrentam condições de trabalho cada vez mais adversas, sofrendo com altos níveis de estresse, ansiedade e doenças relacionadas ao trabalho.

O Itaú e o Santander também registraram lucros líquidos astronômicos, enquanto o Bradesco apresentou uma queda significativa em seu lucro líquido ajustado. No entanto, mesmo com essa queda, o Bradesco ainda acumulou um lucro de 16,297 bilhões de reais em 2023.

É cada vez mais urgente unirmos forças para exigir melhores condições de trabalho e respeito aos direitos dos trabalhadores.

Se você é um trabalhador bancário ou se preocupa com as condições de trabalho no setor financeiro, participe ativamente das discussões e ações voltadas para a melhoria dessas condições.

Salários dos brasileiros caem enquanto lucros de empresas disparam

Além dos lucros bilionários dos bancos, é importante destacar o contexto mais amplo de desigualdade que permeia a economia brasileira. Nos últimos anos, temos observado uma tendência preocupante de queda nos salários dos trabalhadores, enquanto os lucros das empresas alcançam patamares cada vez mais altos.

Dados recentes apontam que a participação das remunerações dos trabalhadores no Produto Interno Bruto (PIB) tem diminuído de forma contínua desde 2017. Enquanto isso, o peso dos lucros das empresas e outros ganhos tem aumentado, refletindo um aumento da desigualdade no país.

A renda do trabalho no PIB atingiu seu nível mais baixo desde 2004, representando apenas 39,2% em 2021. Em contrapartida, o lucro das empresas tem crescido significativamente, alcançando 37,5% do PIB em 2021, o maior valor da série histórica.

Essa mudança na composição do PIB é impulsionada por diversos fatores, incluindo a queda da renda do trabalho, a digitalização e automação que reduzem o número de vagas e aumentam os lucros das empresas, além do fenômeno da "pejotização", que contribui para considerar os rendimentos dos trabalhadores como lucros empresariais.

Diante desse cenário, torna-se evidente a urgência de políticas públicas que revertam essa tendência de retração da renda salarial e reduzam a crescente desigualdade no Brasil, ações que o Governo Lula há muito tempo não implementa mais.