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Segundo (e último) Congresso da CONLUTAS

15/06/10

Realizado dias 3 e 4, o II Congresso da Conlutas reuniu cerca de 1.800 delegados e aprovou a unificação com a Intersindical. Os delegados, no entanto, não tiveram a oportunidade de discutir em que base seria construída a nova central resultante dessa fusão. A discussão limitou-se a polêmica entre as correntes majoritárias do congresso com relação à participação dos estudantes e do movimento de opressões, a composição da direção e a definição de seu nome.

 

A discussão do programa e dos princípios para a nova central foi deixada de lado, fazendo com que os delegados e observadores do congresso saíssem dele sem a certeza de que se construiria uma central superior ao que representou a Conlutas durante todo esse período.

 

CONGRESSO DA UNIFICAÇÃO É DERROTADO

 

O Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT), ocorrido dias 5 e 6, em Santos/SP, que pretendia unificar a Conlutas, MTL, MTST, Pastoral Operária, MAS e Intersindical terminou num retumbante fracasso. A Intersindical, segundo maior setor que convocou o congresso, abandonou o plenário, após a votação que definiu o nome da nova central, por discordar do resultado, não concretizando a unificação.

 

Reunir os trabalhadores de todo o país para discutir a construção de uma nova ferramenta de luta é sempre um momento importante e rico para a nossa classe.  Infelizmente, perdeu-se a oportunidade de debater temas fundamentais como o programa, os princípios, as bandeiras de luta e um calendário de mobilização com o objetivo de organizar todos os setores para resistir aos ataques do governo Lula e as traições das centrais governistas como a CUT e a CTB. Para isso deveria ter servido o congresso!

 

Os trabalhadores, no entanto, estarão com uma ferramenta de luta enfraquecida, pela falta de debates, para enfrentar todos os desafios que o cenário nacional e internacional apontam, como a precarização do trabalho, o desemprego e a retirada de direitos.

 

A responsabilidade pela despolitização do CONCLAT e do Congresso da Conlutas se deve à sua direção majoritária, conformada em torno do PSTU, que abriu mão do debate de conteúdo para não inviabilizar a unificação, já que a Intersindical tem uma concepção política e uma prática que difere do programa original da Conlutas. Deixar esse debate de lado teve seu preço, pois, quando um processo de unificação não é construído desde a base com todos os trabalhadores e com discussões programáticas, o elo torna-se frágil e permite rompimentos pelos motivos mais secundários como a questão do nome, como foi o caso. Unificar por unificar não pode ser um fim em si mesmo.

 

A unidade da classe trabalhadora é bem vinda desde que discutida e pautada pelo interesse dos trabalhadores e não das correntes que compõem o movimento sindical. O CONCLAT deve servir de lição para nós nesse sentido e o nosso sindicato, junto com os bancários e outros trabalhadores, estará na luta para a construção de uma central de fato vitoriosa, de luta, antigovernista, de base e socialista.

 

Representaram os bancários do RN no II Congresso da Conlutas e no CONCLAT: Marta Turra, Beatriz Paiva , Juvêncio Hemetério, Eduardo Xavier, Carlos Antony, Marcos Tinôco, Marcelo Tinôco, Juary Chagas, Arnaldo, Luciano Pinheiro e Gilberto Monteiro.