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Caixa: tesoureiros e caixas na berlinda!

08/11/24

Quase 2 meses após a assinatura da CCT e do ACT 2024-2026, a Caixa segue sem apresentar uma proposta decente para efetivar caixas e tesoureiros, bem como assegurar seus direitos mais elementares, como garantia de adequação à jornada de 6h, sem redução de salários.
Após ter proposto a retirada de direitos generalizada destes trabalhadores durante a campanha salarial, e ter tido sua proposta rejeitada nacionalmente, a Caixa se comprometeu a apresentar uma proposta que contemplasse os empregados em mais 50 dias. Este prazo já está esgotado e segue tudo praticamente inalterado. 
 
São mais de 2500 bancários na condição de caixas ou tesoureiros de fato, mas sem este direito reconhecido, trabalhando por “minuto” ou por designação de prazo parcial. São colegas que batem o ponto no caixa, trabalham o dia todo como caixas, correm os riscos inerentes à função de caixa, todos os dias, há anos, mas não são pagos como caixas, quando se consideram todas as verbas, nem têm os mesmos direitos, além de estarem sempre à mercê da retirada destas “funções” a qualquer momento, já que não as têm efetivamente.
 
Na campanha salarial, a Caixa ofereceu efetivar apenas “até” 500 destes trabalhadores, podendo ser ainda menos do que isso. Em troca desta concessão absolutamente insuficiente, retiraria a “função de fato” de todos os outros mais de 2000 colegas, reduzindo drasticamente seus salários. Também propôs, dentre outros ataques, acabar com o pagamento da quebra de caixa, mantendo apenas o pagamento pela função; acabar oficialmente com o direito ao intervalo de 10 minutos a cada hora trabalhada; e reduzir a jornada de tesoureiros 8h com a respectiva e inconstitucional redução de salários, com a proibição de ações trabalhistas daqueles que não aceitassem.
 
Agora, a única coisa que a Caixa fez foi aumentar a oferta para 750 efetivações em todo o país. Segundo o próprio banco, se quer “debater sobre o futuro da carreira de caixas e tesoureiros”, um eufemismo para extinguir com ambas as funções em curto prazo. No futuro, pode acontecer destas funções exigirem menos empregados. Mas, hoje, todos estes mais de 2500 caixas e tesoureiros são necessários! Tanto que trabalham diariamente nestas funções, e muitas vezes com excesso de jornada, pressionados a fazer o almoço corrido, tendo que começar o atendimento antes das 10h, sem fazer a pausa dos 10 minutos... 
 
A Caixa sabe que há trabalho para estes empregados, mas tenta terceirizar tudo que pode, cada vez mais impedindo os clientes de fazerem operações no caixa, tendo que procurar lotéricas ou se auto atenderem, muitas vezes facilitando a ação de golpistas, à medida que muitos dos clientes não são sequer familiarizados com o aplicativo nem dominam noções de segurança bancária. A caixa quer reduzir o número de caixas e tesoureiros quando eles ainda são necessários, precarizando o emprego, explorando ainda mais os que seguirão na função, e prejudicando a maioria da população.
 
Nós defendemos a imediata efetivação de todos os caixas e tesoureiros minuto e por designação de prazo. Bem como a adoção da jornada automática de 6h para todos, sem a redução de salários de ninguém. Que a quebra de caixa e a função de caixas e tesoureiros sejam somadas, como vinham sendo, sem a troca de um direito pelo outro. Que haja a garantia de 10 minutos de pausa a cada 1h de trabalho e sejam dadas todas as condições de trabalho adequadas.
 
A Caixa precisa de mais empregados como um todo! Somos 17 mil bancários a menos, com a saída de quase 4200 empregados no PDV, sendo que sequer mil foram chamados até agora. É urgente contratar mais empregados e que todos os caixas e tesoureiros sejam efetivados. Esta é uma luta de todos!