CSP-Conlutas lança campanha nacional contra feminicídio e critica omissão do Estado
16/06/25
A Central Sindical e Popular CSP-Conlutas divulgou um manifesto denunciando o crescimento alarmante dos casos de feminicídio no Brasil e cobrando ação efetiva dos governos. Segundo a entidade, o país vive uma verdadeira epidemia de assassinatos de mulheres, com uma média de quatro mortes por dia, vitimando principalmente trabalhadoras, mulheres negras, periféricas, indígenas e jovens.
Para a CSP-Conlutas, a violência de gênero é expressão extrema de um sistema que naturaliza o controle e o assassinato de mulheres. O manifesto acusa os sucessivos governos de omissão, destacando cortes orçamentários em políticas de combate à violência e fechamento de casas-abrigos. Em 2024, segundo a central, o orçamento federal destinado às políticas para mulheres representou menos de 0,01% do total executado pela União.
Diante desse cenário, a entidade propõe uma campanha emergencial nacional contra o feminicídio, com o lema “Machismo mata. A omissão dos governos também!”. Entre os principais eixos da iniciativa estão a denúncia dos feminicídios e da negligência estatal, a exigência por mais investimentos em políticas públicas, a criação de redes de solidariedade e comissões de autodefesa, além da articulação da pauta com as demais lutas da classe trabalhadora.
A CSP-Conlutas também enfatiza a necessidade de combater o machismo dentro das próprias organizações de esquerda e movimentos sociais, defendendo práticas antissexistas e canais de escuta e enfrentamento interno.
O manifesto conclui com um chamado às entidades filiadas para que assumam a campanha como prioridade e levem o debate aos locais de trabalho, estudo e moradia. “Por nossas mortas, nenhuma a menos. Pela vida e pelos direitos das mulheres trabalhadoras, vamos à luta!”, afirma o texto.
A diretora do Sindicato dos Bancários do RN, Albertina Bertino, declarou apoio à iniciativa. “O feminicídio é uma tragédia cotidiana no Brasil e não podemos aceitar que seja tratado com indiferença. O sindicato se soma a essa campanha porque entendemos que defender a vida das mulheres é uma tarefa urgente do movimento sindical. Vamos levar esse debate para dentro dos bancos, para os locais de trabalho e para toda a sociedade. Nenhuma a menos!”, afirmou Albertina.
Leia a íntegra do manifesto
aqui.