Sindicato dos Bancários do RN denuncia Bradesco por demissões de mulheres em cargos de liderança
11/08/25
O Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte (SEEB/RN) vem a público denunciar a demissão de mais uma gerente geral mulher em agência do banco Bradesco no estado. Desta vez, o desligamento ocorreu no município de Monte Alegre. O caso se soma a outros dois episódios recentes, como a demissão de uma gerente em Santa Cruz e, em 2023, de outra profissional que ocupava o mesmo cargo na agência de Candelária, em Natal.
As recorrências ligadas especificamente a mulheres em posições de chefia acendem um alerta. A diretora do Sindicato, Izolda Capistrano, reforça a preocupação com possíveis retrocessos: “Não vamos aceitar retrocessos nas conquistas das mulheres, como no caso da ocupação de espaços de liderança. O Sindicato no RN vai cobrar posicionamento do banco.”
As demissões, de modo geral, seguem ocorrendo. Em 12 meses, o Bradesco cortou 2.564 postos de trabalho em todo o país, sendo 1.218 apenas no último trimestre de 2025. A redução do quadro de funcionários contrasta com os resultados financeiros do banco. Somente no primeiro semestre deste ano, o Bradesco registrou lucro líquido de R$ 11,9 bilhões, um crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024.
Denúncias de assédio moral
Além das demissões, denúncias graves de assédio moral e abuso de autoridade também pesam contra a instituição. Os Sindicatos dos Bancários da Paraíba, de Campina Grande e Região, e de Itabaiana relataram práticas abusivas atribuídas ao gerente regional responsável pelas unidades dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
De acordo com os relatos, humilhações e intimidações contra funcionários têm sido recorrentes, principalmente durante reuniões virtuais com as equipes do varejo. O gestor estaria exercendo uma postura autoritária, com cobranças desmedidas por metas e exposição pública de resultados. "Só os bons vão ficar", chegou a dizer.
O Sindicato dos Bancários do RN procurou o banco para dialogar sobre as denúncias e alertou o gestor a respeito das práticas inadequadas. Segundo funcionários, houve um recuo dos abusos cometidos após a conversa, mas o SEEB/RN continua vigilante e acompanhando o caso de perto.
“O que está em jogo é o respeito à dignidade no ambiente de trabalho e a preservação de conquistas históricas das mulheres”, conclui a diretora do SEEB/RN.
