Um café da manhã para os clientes e funcionários da agência Nordestão do Banco do Brasil, na Zona Norte de Natal, marcou mais um dia de protestos dos bancários na Campanha Salarial 2010 da categoria. A manifestação ocorreu um dia após a divulgação, depois de 30 dias de espera, da proposta ridícula de 4,29% dos banqueiros. O índice não contempla sequer a inflação do último ano, que ficou na casa dos 4,83%. Com tamanha falta de respeito, não há alternativa senão começar a greve já no dia 29 de setembro, próxima quarta-feira.
Durante o protesto, a diretoria distribuiu bananas para os clientes que aguardavam atendimento nas filas. A banana é rica em potássio e ameniza possíveis câimbras provocadas pela espera infinita nos caixas. “É uma forma de trazer o cliente para junto da categoria também. Quando damos uma banana às pessoas nas filas, estamos dizendo, com o gesto, que os banqueiros e o governo Lula estão tratando os clientes e funcionários como bananas. Por isso, essa banana aqui a gente oferece aos banqueiros e ao Governo Lula. Isso sem falar no potássio”, disse o diretor de comunicação Marcos Tinôco, que criticou a falta de trabalhadores nas agências para dar conta do serviço.
A diretoria do Sindicato também denunciou os altos lucros dos Bancos relacionando-os com o péssimo atendimento nas agências. O diretor financeiro do SEEB/RN, Eduardo Xavier, chamou os banqueiros de criminosos por descumprirem a lei das filas. “Uma lanchonete de beira de esquina é fechada pela Covisa porque é pequena. Mas o mesmo não acontece com os bancos que descumprem a lei das filas e mal-tratam os clientes. E sabe por que os governos não fazem nada? Porque são os banqueiros que financiam as campanhas eleitorais, como a de Dilma, Serra e Marina”, afirmou.
A coordenadora geral do Sindicato, Marta Turra, encerrou a manifestação convocando os bancários e clientes da agência Nordestão para a greve que começará a partir do dia 29 de setembro. “Acabou a nossa paciência. A esmola de 4,29% é ridícula e não contempla em nada nossas perdas. Vamos à greve com toda a força”, afirmou.