Falta menos de 24 horas para o início da greve nacional dos bancários. Na manhã desta terça-feira, o Sindicato do RN encerrou em grande estilo a série de manifestações organizadas em frente às agências de Natal como preparação da categoria e da população para a greve geral que começa, oficialmente, a partir da meia-noite desta quarta-feira, 29 de setembro. A diretoria se concentrou no Bradesco da avenida Prudente de Morais, onde serviu um café da manhã e distribuiu um comunicado oficial aos clientes.
A ampla cobertura da imprensa local deu visibilidade ao movimento, que recebeu apoio e solidariedade da população e de motoristas que passavam em frente a agência. Ainda nesta terça-feira, a partir das 18h30, no auditório do SINTE, os bancários se reúnem em assembléia para ratificar a greve e organizar os piquetes a partir da quarta-feira.
Durante a manifestação do Bradesco, a diretora jurídica do SEEB/RN, Albertina Bertino, distribuiu bananas nas filas do Banco para clientes e funcionários. É que a fruta contém potássio, importante na prevenção de câimbras. “Nas filas quilométricas do Bradesco é importante comer banana para poder agüentar o tempo de espera. É uma denúncia que fazemos contra os criminosos dos banqueiros que não cumprem a lei das filas”, afirmou a sindicalista.
O diretor de Imprensa do Sindicato, Marcos Tinôco, também denunciou o descumprimento da lei municipal das filas, assim como lucros recordes dos bancos à custa da exploração dos bancários, e pediu o apoio de todos nessa paralisação que promete se estender por vários dias diante do desrespeito dos banqueiros e do Governo Lula que, depois de mais de 40 dias de espera, apresentaram uma proposta ridícula de 4,29%, índice que não cobre sequer a inflação do período, na casa dos 4,83%.
A categoria reivindica 24% mais a reposição das perdas acumuladas desde julho de 1994, quando da implantação do Plano Real, além da isonomia entre funcionários novos e antigos, 25% na Participação dos Lucros e Resultados (PLR) distribuída linearmente entre todos os bancários, o fim do assédio moral nas agências, além de outros pontos.
Lei de greve:
Em relação à lei de greve que exige 30% dos funcionários trabalhando, o Sindicato explica que a medida se refere apenas aos serviços essenciais, como hospitais e escolas. Ainda assim, no caso dos Bancos, com o funcionamento normal dos caixas eletrônicos, da compensação, da internet e dos correspondentes bancários, os clientes terão mais do que os 30% à disposição.
