A greve começou com toda força nas agências da capital e do interior do Rio Grande do Norte. Em Natal, os piquetes tomaram conta dos bancos públicos e privados. Informações extra-oficiais, que serão confirmadas no balanço da assembléia das 18h, no SINTE, dão conta de que somente a agência Midway, do Banco do Brasil, funcionou na manhã desta quarta-feira. No restante dos Bancos públicos, sucesso total com 100% da CAIXA e do BNB parados. Nos Privados, os piquetes também cumpriram seu papel. As 12 agências do Itaú (incluindo as do antigo Unibanco) fecharam, bem como as três do HSBC. O Bradesco de Parnamirim também não funcionou. Ao todo, contando o BB, CAIXA, BNB, Itaú e HSBC, 55 agências foram fechadas somente na capital das 79 que existem.
A equipe do Luta Bancária percorreu algumas agências e registrou a expectativa e o entusiasmo dos funcionários com a paralisação por tempo indeterminado iniciada nesta quarta-feira, 29 de setembro. Não houve registro de incidentes provocados por gerentes, como ocorreu nos anos anteriores. A tensão que marca a chegada dos funcionários que tentam furar a greve foi quebrada com muito diálogo e dezenas de argumentos.
A cena mais inusitada do primeiro dia greve aconteceu por volta das 11h em frente a agência Itaú da avenida Rio Branco. Um homem, sem identificação, começou a registrar a greve batendo fotos. O diretor jurídico do Sindicato, Juvêncio Hemetério, identificou o sujeito como uma pessoa contratada pelo Banco para fotografar o piquete com o objetivo de alimentar a defesa dos advogados do Itaú num provável pedido de Interdito Proibitório, como o que marcou a greve de 2009, quando até a polícia foi chamada para forçar os grevistas a trabalharem. Constrangido após a intervenção de Juvêncio, o capacho Banco, depois de bater mais algumas fotografias, foi embora.
Para a coordenador-geral do Sindicato, Marta Turra, os bancários têm que vencer uma etapa da greve por dia para conquistar os objetivos da categoria ao final da paralisação. “O primeiro dia foi muito positivo, o que mostra que os bancários querem fazer a greve. Temos que continuar com a mesma disposição e entusiasmo para derrotar os banqueiros e esse Governo Lula que tem esfolado a categoria nas agências”, disse.
A expectativa agora é em relação ao fortalecimento do movimento até forçar os banqueiros a convocar uma nova rodada de negociação. A categoria exige um reajuste de 24% mais a reposição das perdas acumuladas desde o plano real, além do fim do assédio moral nas agências, isonomia e um reajuste de 25% na PLR distribuída linearmente a todos os bancários. Até o momento, não há qualquer informação sobre uma nova rodada de negociação com os banqueiros.