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Abacaxis e Bananas contra a vergonhosa PLR paga aos bancários pelo Itaú

02/03/11


O Sindicato organizou um protesto nas agências do Itaú localizadas no Centro de Natal contra a esmola de PLR paga pelo Banco, mesmo diante do recorde absoluto dos lucros divulgados semana passada. Na ocasião, a diretoria distribuiu bananas e abacaxis aos clientes e funcionários para simbolizar a vergonhosa divisão dos lucros com os trabalhadores. Uma nota oficial explicando os motivos do protesto também foi entregue aos bancários. A manifestação foi um sucesso e contou com o apoio e solidariedade da população.


O Sindicato ressaltou que o protesto ocorreu nas agências do Itaú, mas se estende também a todos os outros Bancos do país que, juntos, lucraram cerca de R$ 45 bilhões e, assim como o Itaú, ignoraram os bancários na hora de dividir a lucratividade. “Esse lucro absurdo conquistado pelo Itaú se deve à exploração cada vez maior sobre os bancários nas agências. Muitos funcionários têm adoecido e pedido afastamento devido ao estado precário de saúde. Todos os bancos vêm agindo da mesma forma. E na hora de repartir o bolo, sobra apenas a migalha para os trabalhadores”, afirmou o diretor de Comunicação do Sindicato, Marcos Tinôco.




Abaixo, a nota oficial do Sindicato contra a esmola de PLR dividida pelo Itaú:




0,2% - A ESMOLA QUE O ITAÚ DIVIDIU COM O BANCÁRIO


O maior lucro da história. Foi assim que a imprensa saudou, semana passada, mais um recorde batido pelo Itaú . Ao todo, os banqueiros lucraram R$ 13,3 bilhões. Nunca antes na história desse país um Banco havia ganhado tanto dinheiro às custas da produção e exploração de seus funcionários.




O caso do Itaú é emblemático. Isso porque com a divulgação de mais um recorde histórico vem a notícia de que a PLR – Participação de Lucros e Resultados – não fará justiça ao empenho dos trabalhadores no dia-a-dia das agências.




Com um teto limitador imposto pelo Banco e aceito de forma covarde pela direção do movimento nacional bancário (leia-se Contraf/CUT) nas últimas greves, os trabalhadores receberão apenas uma pequena parte do que teriam direito se o índice de 2% da PLR adicional sobre os lucros fosse respeitado. Se o valor total, R$ 266 milhões, fosse dividido pelos 108 mil funcionários, cada bancário receberia R$ 24.462. Com o teto, no entanto, o trabalhador terá direito a apenas R$ 2.400, dos quais R$ 1.200 já foram pagos em outubro do ano passado.




Já a PLR de 5% equivaleria a R$ 665 milhões. Se o montante fosse dividido pelos 108 mil funcionários, cada um deveria receber R$ 61.574. O problema é que o teto limita a 2,2 salários. Isso significa que o bancário do Itaú tinha o direito de receber R$ 86.036,00 somente de PLR.




Osacordos rebaixados da CONTRAF/CUT, além de limitarem o teto da PLR, ainda permitem que os bancos deduzam os programas internos de remuneração variável. Está claro, portanto, para quem vive o dia-a-dia nas agências, que a PLR paga pelo Banco é inversamente proporcional à lucratividade. E pior: por trás de cada recorde está a cobrança absurda pelo cumprimento de metas desumanas. A conseqüência direta dessa exploração é o adoecimento dos funcionários e o aumento com freqüência de bancários afastados vítimas de doenças ocupacionais provocadas pelo estresse e a sobrecarga de serviço.




Essa realidade lamentável só vai mudar com a união da categoria. Os bancários do RN em conjunto com o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB) reivindicam uma PLR de 25% do lucro líquido dividida de forma linear entre todos os bancários. A escravidão tem que acabar. É a vez do bancário reagir.