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Pesquisa da Fenaban comprova discriminação de Mulheres, Negros e Deficientes Físicos pelos Bancos

03/07/09

Os bancos que atuam no Brasil são preconceituosos, contratam poucos negros, as mulheres têm menos chances de subir na carreira que os homens e o número de bancários com deficiência é tão pequeno que não atinge nem a cota mínima de 5% exigida pela lei. Esse é o resultado da pesquisa do Mapa da Diversidade nos bancos, divulgado dia 2 de julho, pela Federação dos Bancos (Fenaban), durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Elaborada e aplicada pelos próprios bancos a pedido dos sindicatos, a pesquisa confirma o que o movimento dos trabalhadores denuncia há mais de duas décadas: as instituições financeiras discriminam as pessoas na hora de contratar e as oportunidades dentro das empresas são desiguais.

Dados assustadores

Segundo a pesquisa, as mulheres recebem em média 78% dos salários dos homens. Como a lei brasileira proíbe que as empresas paguem salários diferentes para trabalhadores que exercem a mesma função, o resultado revela que as mulheres encontram muito mais dificuldades que os homens para fazer carreira nos bancos e ocupar os postos mais altos.

Com os negros, a discriminação é maior, já que até para serem contratados é mais difícil. Embora no Brasil metade da população seja composta de negros e pardos, segundo o IBGE, nos bancos eles são somente 19%. A situação da mulher negra é ainda mais crítica, sendo que elas ocupam apenas 8% dos postos de trabalho bancário.

A pesquisa foi realizada no ano passado e foi respondida por mais de 200 mil bancários, a metade da categoria. Durante a apresentação dos resultados, os bancos tentaram minimizar o impacto dos números relatando uma série de ações que as empresas estariam tomando para resolver o problema.