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Debate provoca polêmicas sobre a crise e papel dos sindicatos no Brasil

04/07/09

A categoria aproveitou o debate sobre a crise Internacional para tirar dúvidas sobre a realidade do tema. Vários bancários pediram a palavra durante a discussão e analisaram a conjuntura partindo do pressuposto que a crise existe, está enfraquecendo o capitalismo e os trabalhadores precisam se unir para buscar uma alternativa de esquerda a esse cenário. Houve polêmicas sobre o tipo da crise mundial existente hoje – se é cíclica ou linear – e o papel dos sindicatos na luta pela transformação da sociedade.

Interviram no debate vários bancários da base, como Guilherme Cantídio (BB Ribeira), Xavier (CAIXA Alecrim) e Beatriz Oliveira (CAIXA GICOT); de Oposição, Fernando Luiz (HSBC); além dos diretores Marta Turra (CAIXA), Juvêncio Hemetério (BB), Eduardo Xavier (HSBC), Liceu Carvalho (CAIXA), Marcos Tinôco, Juary Chagas (CAIXA) e dirigentes de outros sindicatos, como Nilvan Rodrigues (Sintsef-RN) e Valério Fonseca (assessor jurídico do Sindsaúde-RN).

Na conclusão do debate, o representante da oposição Operária da Bahia e bancário do BB, Iuri Ramos, afirmou que é preciso ultrapassar o limite institucional para fazer a revolução. “Não adianta só ter um discurso revolucionário, é preciso mostrar de que maneira essa organização pode transpassar o limite institucional e construir um outro momento histórico”, disse.

Ele acredita que, hoje, há um retrocesso no sindicalismo atual. “Os elementos históricos mostram um retrocesso do sindicalismo, tanto do ponto de vista organizativo como elemento do estado. A maioria dos sindicatos tem servido como trampolim de supostos representantes, e tem servido também para legitimar o poder burguesia, que está no executivo, legislativo e judiciário. Essa é a lógica da formação sindical”, declarou.

A diretora estadual da Conlutas, Gisélia Rocha, discordou, em parte, da opinião de Iuri Ramos. E relacionou o descrédito do movimento sindical às constantes traições da CUT. “A CUT foi a grande madrinha do refluxo do movimento sindical no Brasil. Mas não podemos nos esconder atrás disso. A CUT cumpriu o papel nos anos 80, nos traiu e estamos construindo uma nova ferramenta na busca da unidade para fazer a Conlutas crescer. A Conlutas defende e faz luta direta. Foi assim, por exemplo, na luta dos bancários com a presença do Sindicato e da Conlutas”, frisou.

Para ela, se o capitalismo fosse bom, não havia crise. “Apesar de não ter pego o Brasil de cheio, os patrões jogam a crise na mesa de negociação. Os trabalhadores precisam ter massa crítica para analisar por que quando as categorias vão se organizar não há crise, mas na hora de lutar por um reajuste existe crise”, questionou.

Em instantes, começará a discussão de teses no Encontro Estadual dos Bancários.