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Funcionários demitidos de uma fábrica de autopeças na França ameaçaram explodir o estabelecimento caso não recebam um pagamento de 30 mil euros pela falência da empresa a cada trabalhador. Segundo a revista "Time", o grupo deu à direção da New Fabris três semanas para debitar o dinheiro aos ex-empregados da fábrica de Châtellerault, na região central do país.
A fábrica foi ocupada por 366 trabalhadores, que já atearam fogo a algumas máquinas e destroços no pátio da companhia. "Queimamos estas máquinas dois dias atrás para provar que estamos dispostos a ir até o fim", disse o ex-funcionário Daniel Thébault ao canal de notícias francês i-Télé, de acordo com informação da "Time". "Não seremos simplesmente descartados como objetos sem valor".
Ex-funcionários da New Fabris ocupam fábrica da companhia na cidade de Châtellerault, na França
Outro trabalhador da New Fabris e delegado na central sindical Confederação Geral do Trabalho, Guy Evermann, disse à revista que se a companhia não ceder à reivindicação, "não sobrará nada da fábrica para ela se recuperar".
A New Fabris recebeu uma ordem judicial para ser liquidada em abril, o que indica que seus proprietários não estão em condições de pagar aos ex-funcionários o dinheiro que eles pedem. Por isso, o grupo de trabalhadores quer que as indenizações sejam pagas pelos dois principais compradores da companhia de autopeças: as montadoras Renault e Peugeot.
As montadoras afirmaram que não irão pagar os 30 mil euros por funcionário, o que totalizaria uma soma de 10,08 milhões de euros, superior ao valor do maquinário e das autopeças da fábrica em Châtellerault. Os ex-empregados da unidade argumentam que Renault e Peugeot pagaram um valor próximo aos 30 mil euros a 200 trabalhadores demitidos de outro fornecedor, a Rencast.
Com informações da AFP e do Le Monde