Mais uma vez a Vale se prepara para fazer demissão em massa. Em reunião com os sindicatos Metabase de Congonhas, Ouro Preto e Região e de Itabira, no dia 1 de julho, a empresa anunciou que pretende cortar 3% de seu efetivo (cerca de 1.300 trabalhadores) até o dia 31de outubro.
No dia 21 de maio a Vale tinha garantido que não haveria mais demissões. Agora comunica que haverá sim. O que a empresa vem fazendo é mentir para os trabalhadores para que eles não se mobilizem, por isso disse que não haveria demissões quando se preparava para cortar funcionários. Segundo a direção da Vale, os demitidos receberão R$ 870 durante cinco meses e assistência médica por seis meses.
A posição dos sindicatos é preparar nova mobilização para barrar as demissões. A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo e não precisa demitir. Entre 2006 e 2008 a empresa aumentou de 42 mil para 62 mil funcionários e seus lucros tiveram um salto de 61% (de R$ 13 bi para R$ 21 bi). É muito dinheiro! Ou seja, a empresa tem fôlego para enfrentar a crise sem penalizar os trabalhadores.
Segundo declaração do próprio presidente da empresa, Roger Agnelli, para o jornal O Estato de S. Paulo (8/07), o pior da crise da passou e agora podem ser vistos os primeiros sinais de recuperação de demanda nos mercados brasileiro, europeu e norte-americano.
Desde o final do ano passado já foram demitidos mais de 12 mil terceirizados e cerca de três mil diretos, fazendo com que os que ficaram trabalhem dobrado para garantir a produção e o lucro dos acionistas.
Campanha contra demissões - Os sindicatos Metabase de Congonhas, Ouro Preto e Região e Itabira protocolaram pedido de intermediação no Ministério Público do Trabalho (MPT) com o objetivo de conter as demissões. Querem mostrar ao MPT que a Vale não precisa demitir.
Além disso, estão recolhendo assinaturas contra as demissões. Este abaixo-assinado será entregue ao presidente Lula e ao governador de Minas Gerais Aécio Neves.
Os sindicatos voltam a reivindicar estabilidade no emprego e o retorno dos demitidos. Não vão aceitar pagar por uma crise que não é deles, avisam à empresa.
Também estão fazendo um chamado a outros sindicatos e às centrais sindicais para que se incorporem na campanha em defesa do emprego dos trabalhadores da Vale.
A Conlutas participa da campanha e conclama seus sindicatos filiados a fazer o mesmo, denuniando as demissões e fortalecendo a luta na Vale.