Leia, na íntegra, o pronunciamento do deputado federal Ivan Valente (PSOL), no Congresso Nacional, sobre as demissões promovidas pelo banco Itaú.



Contra as demissões dos trabalhadores do Itaú




Senhor Presidente, senhoras e senhores Deputados,

Desta tribuna, gostaríamos de denunciar a brutal onda de demissões de funcionários que o Itaú vem praticando desde a fusão com o Unibanco em novembro de 2008. Na ocasião, os senhores Roberto Setubal e Moreira Salles afirmaram que a fusão não resultaria em demissões ou fechamento de nenhuma das quatro mil agências pertencentes aos dois bancos.
No entanto, segundo cálculo dos sindicatos dos bancários e de acordo com o próprio balanço da instituição, somente este ano mais de cinco mil pais e mães de família em todo o Brasil já perderam seus postos de trabalho. Apenas na Baixada Santista, mesmo toda a luta e resistência dos trabalhadores, já foram 50 funcionários demitidos. Os dados do balanço do Itaú revelam que em maio de 2011 o banco tinha 104.022 funcionários e, em setembro, 99.820 bancários. De lá pra cá, as demissões só aumentaram.

O quadro se agrava quando constatamos que houve demissões em plena greve dos trabalhadores, o que é ilegal pela Lei da Greve, de 1991. Segundo o Artigo 22º da Lei, “durante o período de pré-aviso, enquanto durar a greve e até 90 dias após seu termo, a entidade empregadora não poderá transferir nem despedir os trabalhadores grevistas”. Agora, o banco tenta desfazer sua ilegalidade oferecendo um salário a mais para uma das funcionárias demitidas em Santos, para que ela não entre com uma ação na Justiça contra o Itaú.

Desde junho, a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região já paralisou por 38 vezes unidades do Itaú Unibanco, porém as demissões continuam semana a semana. Enquanto isso, o setor financeiro continua batendo recordes de lucro, sendo altamente beneficiado pela destinação de quase metade do orçamento da União para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública.

Enquanto a política econômica do governo federal não muda, os banqueiros seguem enriquecendo. Somente entre janeiro e setembro de 2011, o Itaú faturou mais de R$ 11 bilhões, cobrando dos correntistas taxas altíssimas pelos serviços prestados, além das exorbitantes taxas de juros, que viraram regra no sistema financeiro brasileiro. O resultado superou o lucro do próprio Itaú Unibanco registrado em 2010: R$ 9,4 bilhões.

Apesar deste resultado, que representa um aumento de mais de 15% em relação ao mesmo período do ano passado e um dos maiores lucros da história entre os bancos brasileiros no período, o maior banco da América do Sul seguiu na contramão do emprego, fechando mais postos de trabalho e diminuindo funcionários nas agências. O resultado para a população é imediato, com enormes filas no atendimento.

Ainda segundo o balanço do Itaú, a carteira de crédito do banco cresceu mais de 22% no último ano.
Como lembrou o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva Big, não adianta o Itaú fazer propaganda para dizer que pratica responsabilidade social, que é um banco sustentável, se reduz postos de trabalho e ataca sistematicamente os direitos dos trabalhadores. Este é o verdadeiro patrimônio do Itaú que está sendo desmontado: seus funcionários.

Nas últimas semanas, o Sindicato da região da Baixada tem realizado manifestações em frente às agências do banco e buscado dialogar com a população para denunciar as condições a que os trabalhadores tem sido submetidos, em nome de lucros cada vez maiores das instituições financeiras. Outros protestos tem acontecido na capital paulista e nos estados do Rio de Janeiro e Paraná.

Nesta segunda (21) os bancários paralisaram o prédio do Centro Administrativo do Itaú Unibanco e o Centro Técnico Operacional em São Paulo. Na quinta-feira, uma nova manifestação está programada para Santos.

Registramos aqui então nossa solidariedade e o apoio do nosso mandato à resistência dos trabalhadores bancários, repudiando mais uma vez a lógica que impera no sistema financeiro brasileiro, insaciável na busca do lucro a qualquer custo, com prejuízos significativos não apenas para as famílias diretamente atingidas pelas demissões mas também para o conjunto da população brasileira.

Muito obrigado.

Ivan Valente
Deputado Federal PSOL/SP


"> Leia, na íntegra, o pronunciamento do deputado federal Ivan Valente (PSOL), no Congresso Nacional, sobre as demissões promovidas pelo banco Itaú.



Contra as demissões dos trabalhadores do Itaú




Senhor Presidente, senhoras e senhores Deputados,

Desta tribuna, gostaríamos de denunciar a brutal onda de demissões de funcionários que o Itaú vem praticando desde a fusão com o Unibanco em novembro de 2008. Na ocasião, os senhores Roberto Setubal e Moreira Salles afirmaram que a fusão não resultaria em demissões ou fechamento de nenhuma das quatro mil agências pertencentes aos dois bancos.
No entanto, segundo cálculo dos sindicatos dos bancários e de acordo com o próprio balanço da instituição, somente este ano mais de cinco mil pais e mães de família em todo o Brasil já perderam seus postos de trabalho. Apenas na Baixada Santista, mesmo toda a luta e resistência dos trabalhadores, já foram 50 funcionários demitidos. Os dados do balanço do Itaú revelam que em maio de 2011 o banco tinha 104.022 funcionários e, em setembro, 99.820 bancários. De lá pra cá, as demissões só aumentaram.

O quadro se agrava quando constatamos que houve demissões em plena greve dos trabalhadores, o que é ilegal pela Lei da Greve, de 1991. Segundo o Artigo 22º da Lei, “durante o período de pré-aviso, enquanto durar a greve e até 90 dias após seu termo, a entidade empregadora não poderá transferir nem despedir os trabalhadores grevistas”. Agora, o banco tenta desfazer sua ilegalidade oferecendo um salário a mais para uma das funcionárias demitidas em Santos, para que ela não entre com uma ação na Justiça contra o Itaú.

Desde junho, a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região já paralisou por 38 vezes unidades do Itaú Unibanco, porém as demissões continuam semana a semana. Enquanto isso, o setor financeiro continua batendo recordes de lucro, sendo altamente beneficiado pela destinação de quase metade do orçamento da União para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública.

Enquanto a política econômica do governo federal não muda, os banqueiros seguem enriquecendo. Somente entre janeiro e setembro de 2011, o Itaú faturou mais de R$ 11 bilhões, cobrando dos correntistas taxas altíssimas pelos serviços prestados, além das exorbitantes taxas de juros, que viraram regra no sistema financeiro brasileiro. O resultado superou o lucro do próprio Itaú Unibanco registrado em 2010: R$ 9,4 bilhões.

Apesar deste resultado, que representa um aumento de mais de 15% em relação ao mesmo período do ano passado e um dos maiores lucros da história entre os bancos brasileiros no período, o maior banco da América do Sul seguiu na contramão do emprego, fechando mais postos de trabalho e diminuindo funcionários nas agências. O resultado para a população é imediato, com enormes filas no atendimento.

Ainda segundo o balanço do Itaú, a carteira de crédito do banco cresceu mais de 22% no último ano.
Como lembrou o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva Big, não adianta o Itaú fazer propaganda para dizer que pratica responsabilidade social, que é um banco sustentável, se reduz postos de trabalho e ataca sistematicamente os direitos dos trabalhadores. Este é o verdadeiro patrimônio do Itaú que está sendo desmontado: seus funcionários.

Nas últimas semanas, o Sindicato da região da Baixada tem realizado manifestações em frente às agências do banco e buscado dialogar com a população para denunciar as condições a que os trabalhadores tem sido submetidos, em nome de lucros cada vez maiores das instituições financeiras. Outros protestos tem acontecido na capital paulista e nos estados do Rio de Janeiro e Paraná.

Nesta segunda (21) os bancários paralisaram o prédio do Centro Administrativo do Itaú Unibanco e o Centro Técnico Operacional em São Paulo. Na quinta-feira, uma nova manifestação está programada para Santos.

Registramos aqui então nossa solidariedade e o apoio do nosso mandato à resistência dos trabalhadores bancários, repudiando mais uma vez a lógica que impera no sistema financeiro brasileiro, insaciável na busca do lucro a qualquer custo, com prejuízos significativos não apenas para as famílias diretamente atingidas pelas demissões mas também para o conjunto da população brasileira.

Muito obrigado.

Ivan Valente
Deputado Federal PSOL/SP


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Notícias

Deputado faz pronunciamento contra as demissões no Itaú

29/11/11

Leia, na íntegra, o pronunciamento do deputado federal Ivan Valente (PSOL), no Congresso Nacional, sobre as demissões promovidas pelo banco Itaú.



Contra as demissões dos trabalhadores do Itaú




Senhor Presidente, senhoras e senhores Deputados,

Desta tribuna, gostaríamos de denunciar a brutal onda de demissões de funcionários que o Itaú vem praticando desde a fusão com o Unibanco em novembro de 2008. Na ocasião, os senhores Roberto Setubal e Moreira Salles afirmaram que a fusão não resultaria em demissões ou fechamento de nenhuma das quatro mil agências pertencentes aos dois bancos.
No entanto, segundo cálculo dos sindicatos dos bancários e de acordo com o próprio balanço da instituição, somente este ano mais de cinco mil pais e mães de família em todo o Brasil já perderam seus postos de trabalho. Apenas na Baixada Santista, mesmo toda a luta e resistência dos trabalhadores, já foram 50 funcionários demitidos. Os dados do balanço do Itaú revelam que em maio de 2011 o banco tinha 104.022 funcionários e, em setembro, 99.820 bancários. De lá pra cá, as demissões só aumentaram.

O quadro se agrava quando constatamos que houve demissões em plena greve dos trabalhadores, o que é ilegal pela Lei da Greve, de 1991. Segundo o Artigo 22º da Lei, “durante o período de pré-aviso, enquanto durar a greve e até 90 dias após seu termo, a entidade empregadora não poderá transferir nem despedir os trabalhadores grevistas”. Agora, o banco tenta desfazer sua ilegalidade oferecendo um salário a mais para uma das funcionárias demitidas em Santos, para que ela não entre com uma ação na Justiça contra o Itaú.

Desde junho, a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região já paralisou por 38 vezes unidades do Itaú Unibanco, porém as demissões continuam semana a semana. Enquanto isso, o setor financeiro continua batendo recordes de lucro, sendo altamente beneficiado pela destinação de quase metade do orçamento da União para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública.

Enquanto a política econômica do governo federal não muda, os banqueiros seguem enriquecendo. Somente entre janeiro e setembro de 2011, o Itaú faturou mais de R$ 11 bilhões, cobrando dos correntistas taxas altíssimas pelos serviços prestados, além das exorbitantes taxas de juros, que viraram regra no sistema financeiro brasileiro. O resultado superou o lucro do próprio Itaú Unibanco registrado em 2010: R$ 9,4 bilhões.

Apesar deste resultado, que representa um aumento de mais de 15% em relação ao mesmo período do ano passado e um dos maiores lucros da história entre os bancos brasileiros no período, o maior banco da América do Sul seguiu na contramão do emprego, fechando mais postos de trabalho e diminuindo funcionários nas agências. O resultado para a população é imediato, com enormes filas no atendimento.

Ainda segundo o balanço do Itaú, a carteira de crédito do banco cresceu mais de 22% no último ano.
Como lembrou o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva Big, não adianta o Itaú fazer propaganda para dizer que pratica responsabilidade social, que é um banco sustentável, se reduz postos de trabalho e ataca sistematicamente os direitos dos trabalhadores. Este é o verdadeiro patrimônio do Itaú que está sendo desmontado: seus funcionários.

Nas últimas semanas, o Sindicato da região da Baixada tem realizado manifestações em frente às agências do banco e buscado dialogar com a população para denunciar as condições a que os trabalhadores tem sido submetidos, em nome de lucros cada vez maiores das instituições financeiras. Outros protestos tem acontecido na capital paulista e nos estados do Rio de Janeiro e Paraná.

Nesta segunda (21) os bancários paralisaram o prédio do Centro Administrativo do Itaú Unibanco e o Centro Técnico Operacional em São Paulo. Na quinta-feira, uma nova manifestação está programada para Santos.

Registramos aqui então nossa solidariedade e o apoio do nosso mandato à resistência dos trabalhadores bancários, repudiando mais uma vez a lógica que impera no sistema financeiro brasileiro, insaciável na busca do lucro a qualquer custo, com prejuízos significativos não apenas para as famílias diretamente atingidas pelas demissões mas também para o conjunto da população brasileira.

Muito obrigado.

Ivan Valente
Deputado Federal PSOL/SP