Marx parte da importância do dinheiro como o equivalente geral das trocas no sistema do capital, passando a incorporar uma finalidade em si mesmo como o ente da dominação abstrata. Com efeito, o dinheiro, que na ordem do capital assume a condição de nexo social, ganha autonomia e se constitui como poder social geral. Assim, o poder social do indivíduo é um reflexo da quantidade de dinheiro acumulada. Deste raciocínio, Marx identifica no poder abstrato do dinheiro o embrião das relações impessoais de produção, essenciais para o desenvolvimento da predominância do sistema do capital, uma vez que confere ao metabolismo independência com relações as vontades individuais. Com efeito, o fundamento do poder social referido na acumulação do dinheiro implica no embotamento das formas de dominação embasadas nos laços pessoais.
Para identificar a raiz do poder abstrato encarnado pelo dinheiro, nosso autor faz uma análise lógico-histórica das trocas, apontando o surgimento do equivalente geral justamente quando da conversão das trocas simples em trocas complexas. Nota-se o esforço analítico de Marx ao investigar os nexos históricos e dialéticos incorporados na análise do surgimento do dinheiro como incorporação do poder social totalizante. De fato, as determinações de tal relação não eram, à época de Marx, cristalinas e perceptíveis sob um olhar pouco rigoroso, merecendo uma minuciosa análise na tentativa de torná-las palpáveis, num cenário “onde tudo aparece de forma invertida”. O estudo das imbricações entre as duas formas de capital – rentista e produtivo - é essencial para a elucidação dos desdobramentos atuais acerca do sistema do capital e suas crises, posto que os fenômenos observados na superfície da esfera socioeconômica – tais como: a mundialização do capital (globalização), o endividamento da maioria das nações, as taxas de juros, enfim, as partes dos eventos observáveis - são “meros” reflexos da totalidade que abrange as relações intercapitais.
Com o capital produtivo (das manufaturas, por exemplo) fica patente a relação essencial do sistema caracterizado pelo “instrumento de pescar trabalho alheio”, como diz Marx. Nesta esfera se tem o fundamento da acumulação do capital, a saber, a reprodução do valor. Aqui, é onde ocorre a extração da mais-valia que se processa na interação entre capital constante e capital variável. É onde também se verifica a substituição – pela incorporação de novas tecnologias – do trabalho vivo pelo trabalho morto, a partir da tendência crescente da composição orgânica do capital e, conseqüentemente, do incremento da produtividade. No entanto, Marx percebe que a esfera da produção representa tão somente um dos momentos-parte que compõem o metabolismo global do sistema do capital, em que a esfera da circulação se reveste, igualmente, de suma importância para realização da mais-valia.
Os bancos, no tocante à esfera da circulação, representam os vasos sanguíneos que irrigam todo o metabolismo do capital, inclusive, por meio do sistema universal de pagamentos. O setor bancário desempenha, neste desiderato, importante função para a perpetuação desta engrenagem totalitária que compõem o mecanismo de “furtar trabalho alheio”. Com efeito, quando o bancário-vendedor dinamiza sua atividade laboral hodierna na busca desenfreada pelo cumprimento das metas negociais, em verdade, está obedecendo não ao banqueiro, ou ao irrelevante capataz, em particular, mas a uma lei geral que comanda a todos imersos na reprodução rentista: “é preciso que o capital bancário se acumule”, “é preciso entregar as encomendas”, “é preciso que os concorrentes sejam vencidos”, “é preciso que as vendas continuem a crescer....Sempre mais rápido, com mais lucro...”. Tal é a lei do capital.
Julio Ramon Teles da Ponte
Funcionário do BB e Dr. em Ciências Sociais (UFRN)
Marx parte da importância do dinheiro como o equivalente geral das trocas no sistema do capital, passando a incorporar uma finalidade em si mesmo como o ente da dominação abstrata. Com efeito, o dinheiro, que na ordem do capital assume a condição de nexo social, ganha autonomia e se constitui como poder social geral. Assim, o poder social do indivíduo é um reflexo da quantidade de dinheiro acumulada. Deste raciocínio, Marx identifica no poder abstrato do dinheiro o embrião das relações impessoais de produção, essenciais para o desenvolvimento da predominância do sistema do capital, uma vez que confere ao metabolismo independência com relações as vontades individuais. Com efeito, o fundamento do poder social referido na acumulação do dinheiro implica no embotamento das formas de dominação embasadas nos laços pessoais.
Para identificar a raiz do poder abstrato encarnado pelo dinheiro, nosso autor faz uma análise lógico-histórica das trocas, apontando o surgimento do equivalente geral justamente quando da conversão das trocas simples em trocas complexas. Nota-se o esforço analítico de Marx ao investigar os nexos históricos e dialéticos incorporados na análise do surgimento do dinheiro como incorporação do poder social totalizante. De fato, as determinações de tal relação não eram, à época de Marx, cristalinas e perceptíveis sob um olhar pouco rigoroso, merecendo uma minuciosa análise na tentativa de torná-las palpáveis, num cenário “onde tudo aparece de forma invertida”. O estudo das imbricações entre as duas formas de capital – rentista e produtivo - é essencial para a elucidação dos desdobramentos atuais acerca do sistema do capital e suas crises, posto que os fenômenos observados na superfície da esfera socioeconômica – tais como: a mundialização do capital (globalização), o endividamento da maioria das nações, as taxas de juros, enfim, as partes dos eventos observáveis - são “meros” reflexos da totalidade que abrange as relações intercapitais.
Com o capital produtivo (das manufaturas, por exemplo) fica patente a relação essencial do sistema caracterizado pelo “instrumento de pescar trabalho alheio”, como diz Marx. Nesta esfera se tem o fundamento da acumulação do capital, a saber, a reprodução do valor. Aqui, é onde ocorre a extração da mais-valia que se processa na interação entre capital constante e capital variável. É onde também se verifica a substituição – pela incorporação de novas tecnologias – do trabalho vivo pelo trabalho morto, a partir da tendência crescente da composição orgânica do capital e, conseqüentemente, do incremento da produtividade. No entanto, Marx percebe que a esfera da produção representa tão somente um dos momentos-parte que compõem o metabolismo global do sistema do capital, em que a esfera da circulação se reveste, igualmente, de suma importância para realização da mais-valia.
Os bancos, no tocante à esfera da circulação, representam os vasos sanguíneos que irrigam todo o metabolismo do capital, inclusive, por meio do sistema universal de pagamentos. O setor bancário desempenha, neste desiderato, importante função para a perpetuação desta engrenagem totalitária que compõem o mecanismo de “furtar trabalho alheio”. Com efeito, quando o bancário-vendedor dinamiza sua atividade laboral hodierna na busca desenfreada pelo cumprimento das metas negociais, em verdade, está obedecendo não ao banqueiro, ou ao irrelevante capataz, em particular, mas a uma lei geral que comanda a todos imersos na reprodução rentista: “é preciso que o capital bancário se acumule”, “é preciso entregar as encomendas”, “é preciso que os concorrentes sejam vencidos”, “é preciso que as vendas continuem a crescer....Sempre mais rápido, com mais lucro...”. Tal é a lei do capital.
Julio Ramon Teles da Ponte
Funcionário do BB e Dr. em Ciências Sociais (UFRN)
Por: Julio Ramon (Funcionário do BB e Dr. em Ciências Sociais - UFRN)
Marx parte da importância do dinheiro como o equivalente geral das trocas no sistema do capital, passando a incorporar uma finalidade em si mesmo como o ente da dominação abstrata. Com efeito, o dinheiro, que na ordem do capital assume a condição de nexo social, ganha autonomia e se constitui como poder social geral. Assim, o poder social do indivíduo é um reflexo da quantidade de dinheiro acumulada. Deste raciocínio, Marx identifica no poder abstrato do dinheiro o embrião das relações impessoais de produção, essenciais para o desenvolvimento da predominância do sistema do capital, uma vez que confere ao metabolismo independência com relações as vontades individuais. Com efeito, o fundamento do poder social referido na acumulação do dinheiro implica no embotamento das formas de dominação embasadas nos laços pessoais.
Para identificar a raiz do poder abstrato encarnado pelo dinheiro, nosso autor faz uma análise lógico-histórica das trocas, apontando o surgimento do equivalente geral justamente quando da conversão das trocas simples em trocas complexas. Nota-se o esforço analítico de Marx ao investigar os nexos históricos e dialéticos incorporados na análise do surgimento do dinheiro como incorporação do poder social totalizante. De fato, as determinações de tal relação não eram, à época de Marx, cristalinas e perceptíveis sob um olhar pouco rigoroso, merecendo uma minuciosa análise na tentativa de torná-las palpáveis, num cenário “onde tudo aparece de forma invertida”. O estudo das imbricações entre as duas formas de capital – rentista e produtivo - é essencial para a elucidação dos desdobramentos atuais acerca do sistema do capital e suas crises, posto que os fenômenos observados na superfície da esfera socioeconômica – tais como: a mundialização do capital (globalização), o endividamento da maioria das nações, as taxas de juros, enfim, as partes dos eventos observáveis - são “meros” reflexos da totalidade que abrange as relações intercapitais.
Com o capital produtivo (das manufaturas, por exemplo) fica patente a relação essencial do sistema caracterizado pelo “instrumento de pescar trabalho alheio”, como diz Marx. Nesta esfera se tem o fundamento da acumulação do capital, a saber, a reprodução do valor. Aqui, é onde ocorre a extração da mais-valia que se processa na interação entre capital constante e capital variável. É onde também se verifica a substituição – pela incorporação de novas tecnologias – do trabalho vivo pelo trabalho morto, a partir da tendência crescente da composição orgânica do capital e, conseqüentemente, do incremento da produtividade. No entanto, Marx percebe que a esfera da produção representa tão somente um dos momentos-parte que compõem o metabolismo global do sistema do capital, em que a esfera da circulação se reveste, igualmente, de suma importância para realização da mais-valia.
Os bancos, no tocante à esfera da circulação, representam os vasos sanguíneos que irrigam todo o metabolismo do capital, inclusive, por meio do sistema universal de pagamentos. O setor bancário desempenha, neste desiderato, importante função para a perpetuação desta engrenagem totalitária que compõem o mecanismo de “furtar trabalho alheio”. Com efeito, quando o bancário-vendedor dinamiza sua atividade laboral hodierna na busca desenfreada pelo cumprimento das metas negociais, em verdade, está obedecendo não ao banqueiro, ou ao irrelevante capataz, em particular, mas a uma lei geral que comanda a todos imersos na reprodução rentista: “é preciso que o capital bancário se acumule”, “é preciso entregar as encomendas”, “é preciso que os concorrentes sejam vencidos”, “é preciso que as vendas continuem a crescer....Sempre mais rápido, com mais lucro...”. Tal é a lei do capital.
Julio Ramon Teles da Ponte
Funcionário do BB e Dr. em Ciências Sociais (UFRN)